T.T: A Sony está dando mais atenção para o Brasil?
Luciano Bottura: A gente está quase há dois anos oficialmente no Brasil com a marca PlayStation. Estamos importando hardware e software. Hardware é principalmente a nossa maior competição. Hoje, querendo ou não, enfrentamos o problema da taxa, o imposto de importação de softwares e games é muito alto. Temos que nos prevenir contra a pirataria.
Além disso, o Brasil é o quarto país mais importante para a própria Sony. O Brasil é o mercado alvo para a empresa. Então não tem como ficar fora disso. Toda as categorias de negócios e de produtos estão sendo miradas para o mercado brasileiro. Estamos vindo com tudo para que, em 2014, sejamos líderes de mercado em todos os segmentos de eletrônicos.
TT: O que será feito sobre a localização dos jogos para o Brasil? Os lançamentos no mercado brasileiro serão simultâneos como os mercados norte-americano, europeu e japonês?
LB: Alguns jogos serão em português. Como o Brasil é mercado chave, não tem como não ter jogos em português. Acho que a grande prova disso é Uncharted 3 e uma coisa que já dá para adiantar é que God of War: Ascension será em português.
Outra novidade que posso afirmar é que a gente está fazendo uma promoção em que os jogadores brasileiros podem colocar a voz como um dos personagens do jogo. Tanto os nossos estúdios que ficam em Santa Monica, nos Estados Unidos, e no Japão já entenderam a necessidade de ter a tradução, de o jogo vir em português.
Uma coisa que a Sony Computer Entertaiment (SCE), marca PlayStation, já assegurou é que os principais títulos serão lançados mundialmente em português brasileiro. Então, a gente já viu como o mercado brasileiro é importante, todos jogos de grande venda serão feitos em português. Já os jogos que não são tão vendidos, serão legendados em português.
Luciano Bottura, gerente de marketing e comunicação da Sony Brasil
LB: Hoje o nosso produto é importado, e temos uma barreira, a taxa de imposto de importação. Vamos continuar importando nossos produtos e entendemos que existe um valor agregado maior. O PlayStation é um produto de valor agregado e de desejo do consumidor. Então queremos cada vez mais trabalhar trazendo novos entretenimentos, novos diferenciais ao console, agregando novas experiências ao consumidor para que ele possa pagar por isso.
Com isso, o importador fica fora de nossa alçada. Isso é uma questão com o governo e as autoridades precisam trabalhar em cima disso. Não é uma competência da Sony. A empresa importa legalmente, pagamos todos os impostos e colocamos em prática o preço sugerido. Assim, conseguimos criar um premium para que o consumidor entenda o valor do produto.
TT: Quais jogos a Sony vai disponibilizar no mercado brasileiro?
LB: O PlayStation All-Stars Battle Royale, que vamos lançar este ano e vai vir em português, e o Sports Champions, para o PS Move. E o lançamento que podemos destacar para o próximo semestre é o God of War, que terá o áudio em português.
TT: A Sony já tem um planejamento para fabricar consoles no Brasil?
LB: Hoje, trabalhamos 100% com consoles importados. Estamos estudando, vendo as possibilidades e, por enquanto, não há nada concreto sobre produção de consoles no Brasil.
TT: O tamanho da BGS 2012 já chega próximo à E3? Qual o balanço você faz?
LB: A Brasil Game Show ainda não tem o nível da E3. Mas a decisão de trazer a feira para São Paulo foi correta. Tanto pela escolha do local, que foi muito bem estruturado, quanto pelo tamanho do público, já que todos os ingressos foram vendidos. No ano passado, tínhamos 34 estações de jogos e este ano temos 76. A gente se preparou para o crescimento da feira. E é só uma questão de tempo da Brasil Game Show chegar ao tamanho de uma E3. O público brasileiro vem demonstrando que ama games, é um público engajado que vibra com tudo isso, e as empresas estão apostando.
Acho que a maturidade vem com o tempo e não estamos deixando nada a desejar. Eu estive na última E3 e, mesmo sendo uma feira um pouco menor, acho que o nosso estande está bonito e tem gente que está pegando duas horas de fila para jogar God of War. Existe resposta melhor que essa, quando o consumidor sai sorrindo após pegar um brinde e quer pegar a fila de novo? Acredito que não.