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Literatura

Antígona e a coragem

by A Itinerante - Neiva 12/03/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Uma amiga, Cris, deu-me recentemente um livrinho chamado Antígona, escrito por Sóflocles, um grego que viveu em aproximadamente 420 antes de Cristo.

Este livro faz parte de uma trilogia sobre a mitologia grega e descreve a vida do Rei Édipo e aqueles com os quais conviveu. A estória de Édipo virou mito e complexo na psicanálise e se tornou conhecida popularmente através da novela Mandala da Globo (aquela em que Vera Fisher e Felipe Camargo viveram um amor proibido de mãe e filho e também se apaixonaram na vida real).

Na Mitologia, Jocasta e o Rei Édipo tiveram 4 filhos, 2 homens e 2 mulheres, sendo Antígona uma delas. Quando Édipo é deposto pelos seus 2 filhos, Antígona é a única que acompanha o antigo Rei ao exílio e somente após sua morte retorna a Tebas onde encontra seus dois irmãos brigando pelo trono. Em um duelo ambos morrem e o tio de Antígona, Creonte, assume o trono.

É neste ponto que se inicia o livro Antígona.

O primeiro decreto de Creonte concede enterro e honras fúnebres a um dos irmãos e proibe a qualquer pessoa de enterrar ou prantear ou cumprir os ritos no caso do outro irmão, a quem considera traidor. A pena pela desobediência é a morte imediata.

Antígona o cobre com pó em um enterro simbólico enquanto o prantea. Descoberta no ato, não nega e diz que obedece à uma lei mais antiga e maior do que a lei dos homens: a lei divina. E que por isto não se considera culpada.

Creonte a condena à morte, mas sendo seu filho o noivo de Antígona e enfrentando sua revolta e também um crescente murmúrio da população à favor da jovem, muda a pena para encarceramento em uma câmara até sua morte.

Assim feito, uma série de previsões assustadoras convencem o tirano Creonte da insensatez de seus atos e decide enterrar ele mesmo o morto e libertar Antígona antes que seja tarde, mas já o é: ao abrirem a câmara a encontram e a seu filho mortos. A rainha ao saber da morte do filho, suicida-se também.

…

O que me pegou nesta estorinha foi a coragem de Antígona, pois penso que sou feita deste mesmo material. Que por amor ou por um ideal, se estivesse convicta de ser o correto, faria qualquer coisa, ainda que o preço fosse a morte.

E você? Arriscaria sua vida por amor, por ideal, por dinheiro? 😀

12/03/2009 0 comment
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Sonho de uma noite de verão – Shakespeare

by A Itinerante - Neiva 11/01/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva


Estudo para a discussão de Oberon e Titania – Joseph Noel Paton

Quem acha que Shakespeare, o maior dramaturgo de todos os tempos, escreveu apenas estórias tristes, conturbadas e até trágicas vai se surpreender com esta deliciosa comédia teatral repleta de fadas, elfos, faunos, príncipes, princesas e uma rainha inesquecível.

Sonho de Uma Noite de Verão narra as aventuras de um casal de amantes fugitivos e seus pares prometidos que se envolvem acidentalmente na briga de Titania (a rainha das fadas) com seu esposo (o Rei Oberon) e as peripécias de Puck, um elfo prá lá de atrapalhado, em um bosque encantado, onde magia e realidade se confundem.

Depois de muita confusão com uma poção do amor que faz até a Rainha Titânia se apaixonar por um asno, tudo se acerta entre os casais que viverão felizes para sempre e Puck diz que tudo não passou de um sonho de uma noite de verão.

Esta peça faz rir e trás de volta o desejo de sonhar de olhos acordados acreditando não apenas que estes seres mitológicos ainda existem como também o amor verdadeiro, que supera todos os obstáculos.

Como obra publica, está disponível para download em vários endereços da net. Veja o Baixaki.

…

Este post é uma homenagem à minha irmã Tamar, que faz aniversário hoje (12 de janeiro) e é apaixonada por esta obra. O banner é uma tentativa de reprodução do bosque encantado das fadas, com minha irmã como Titania, minha sobrinha Phoebe como fadinha, eu como A Itinerante e até um príncipe se aproximando. rs

Tamar e eu somos bastante diferentes. Certa vez ela fez um depoimento belíssimo em um perfil que eu tinha no orkut, onde dizia que me invejava porque sei escrever sobre meus sentimentos, que sempre a inspirei a ler e isto e aquilo…

Costumávamos pensar que eu era o coração e ela a razão, mas hoje entendo que somos ambas coração, só que enquanto sou puro impulso ela o é como bom senso e consegue desta forma agir muito mais efetivamente, sempre pensando e ajudando a família e os amigos.

Nas vezes (e não foram poucas) que “mergulhei de cabeça” e me estabaquei toda, era ela quem estava lá, para me dar a mão e ajudar a sair de volta do buraco, tanto nas confusões emocionais quanto nas profissionais ou pessoais.

Ela consegue tempo para fazer festas e em sua volta gravitam todos (no máximo faço pequenas comemorações), faz álbuns de fotos belissimos (junto todas em uma caixa), faz pintura de paredes inacreditáveis (as minhas sempre foram brancas), os presentes que escolhe são sempre perfeitos (nunca tenho tempo ou dinheiro), lê todas as noites para a Phoebe (consegui fazer isto algumas poucas vezes), enfim…

Tamar consegue a proeza de viver a realidade, o hoje, com uma perfeição que me faz suspirar e tudo isto sem nunca perder a conexão com seus sentimentos ou afeto pela família.

Eu a admiro e embora tenhamos nos distanciados um pouco no último ano queria que soubesse o quanto lhe gosto. Espero que veja este post.


Tamar, com todo coração desejo que o próximo ano traga para sua vida muito amor, magia, encantamento, risos e prazer de viver. Que nós duas estejamos próximas. Te amo demais. Parabéns. 😀

11/01/2009 0 comment
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Calvin e Haroldo – Bill Watterson

by A Itinerante - Neiva 03/01/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

“Eu tentei ser uma pessoa de cabeça aberta,…
mas meu cérebro fugiu!” – Calvin

Todas as vezes que visito o Depósito do Calvin esborracho de rir aqui na frente desta tela, sozinha mesmo e se alguém ver certamente pensará que endoidei de vez. Amo Calvin!!!

Perfil de Calvin no Depósito:

Calvin, o menino de imaginação fértil, que tem como melhor amigo um tigre, que para muitos não passa de um bichinho de pelúcia, mas que para ele tem vida e é seu companheiro para todas as horas, teve seu nome inspirado no famoso teólogo John Calvin (1509-1564), ou João Calvino, no bom e velho português, que acreditava na predestinação. Fato que pode ser facilmente percebido nos diálogos de algumas tirinhas mais “filosóficas” onde o tema predestinação é recorrente.


Com 6 anos Calvin é uma criança normal, como muitas outras. Não gosta de ir pra cama, e nem de tomar banho, dá trabalho pra comer e é muito hiperativa. Seus pais, a babá Rosalyn, sua vizinha Susie Derkins e por muitas vezes Haroldo, seu fiel companheiro, são as vítimas das suas peraltices, que quando combinadas com a sua imaginação, ganham proporções estratosféricas levando qualquer um à loucura.

“Uma das coisas mais divertidas em escrever sobre o Calvin é que geralmente eu não concordo com as suas atitudes… Muitas das facetas do Calvin são na verdade faces de mim mesmo. Eu suspeito que grande parte de nós envelhece sem crescer, e dentro (às vezes não tão dentro) de cada adulto existe uma criança que quer que tudo aconteça de acordo com a sua vontade. Eu uso o Calvin como um modo de deixar a minha imaturidade fluir, como uma maneira de manter a minha curiosidade sobre o mundo natural, como uma maneira de ridicularizar as minhas próprias obsessões, e, como uma maneira de comentar sobre a natureza humana. Eu não gostaria de ter o Calvin na minha casa, mas no papel, ele me ajuda a levar a vida e a entendê-la.” – Bill Watterson

Bill Watterson é o autor de Calvin e de suas aventuras nestas tirinhas publicadas em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 1985 e 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA. Ele professa um sentimento anticapitalista e antimerchandising e proibiu expressamente a sua editora de vender os direitos para lançar no mercado uma panóplia de artigos baseados na BD.

“Na verdade, no começo da série, eu não era contra o merchandising, mas cada produto que pensei em criar parecia violar o espírito da tirinha, contradizendo a sua mensagem, e me afastando do trabalho que eu amava.” – Bill Watterson

Esta proibição significa que nunca será criada uma série de desenhos animados, como aconteceu com Garfield e Snoopy.

Nunca? Bem… Mais ou menos. Alguns fãs inconformados bem que tentam burlar a proibição. Apreciem mais este empréstimo do Depósito do Calvin:

…

Para quem gosta de ser criança. :DDD

03/01/2009 0 comment
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O desejo de confessar

by A Itinerante - Neiva 19/12/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

“Precisamos de livros que nos afetam como um desastre, que nos magoam profundamente, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo que há dentro de nós.” (Franz Kafka)

Pra ser sincero – Engenheiros do Hawaii

Apesar do nome russo que soa tão complicado, Fiodor Dostoievsky tem uma escrita simples, pura e crua, sem rodeios, direto ao ponto. Fosse apenas pela forma que escreve, diria que é um dos mais fáceis de se ler, mas pelo conteúdo a estória é diferente…

Crime e Castigo é sobre um jovem (Raskolnikov) culto, inteligente e muito pobre que mata uma senhora idosa e rouba seu dinheiro, ainda que não consiga usufruir deste, escondendo-o apenas. Apesar de suspeito não é preso. Assoberbado pela culpa vai aos poucos sentindo um forte impulso ou desejo de confessar o crime e receber um castigo que o absolva. Na outra ponta um investigador inteligente e paciente aguarda o que considera uma confissão inevitável. Um triller de suspense e um drama psicológico que acompanhamos avidamente, passo a passo.

Definitivamente um livro tão provocante quanto os aspirados por Kafka. Não à toa é considerado um dos melhores, senão o melhor, romance já escrito.

É uma paulada na cabeça! Deixa as idéias confusas, a mente zonza. “E eu, no lugar de Raskolnikov, teria matado? E se tivesse matado, depois teria usufruido do fruto do crime ou, como ele, teria me perdido em culpas e no desejo de confessar? Sou tão amoral quanto ele? Mas seria ele realmente amoral e errado ou apenas humano, como eu?” E por aí vai…

…

E você? Já sentiu esta vontade irresistível de confessar algum pecado?

19/12/2008 0 comment
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Elektra – Quando nossos heróis morrem

by A Itinerante - Neiva 20/11/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

“- Não era ela que me atormentava. Era eu que não a deixava em paz.”
– Matt Murdock (Demolidor)





Morte de Elektra by Frank Miller

Elektra Nachios morreu, Demolidor vive atormentado pelas lembranças e o autor Frank Miller tortura-nos com a possibilidade de que ela esteja viva no topo gelado do Tibete, em um templo budista, resgatando sua alma corrompida pelas trevas e escuridão.

Este post é para quem pensa que quadrinhos é coisa de crianças, para introduzir Frank Miller, o autor que deu dimensão humana aos superheróis e também porque adorava Elektra, o amor dos dois e fiquei triste quando tudo aconteceu. Relembrei agora, com os coments sobre o final do Lago dos Cisnes e desejei postar.

Desculpem a tristeza toda, mas combina com meu momento.

Para quem quiser saber mais sobre Elektra, Demolidor e o autor, Frank Miller:
Elektra – Vida e Morte

20/11/2008 0 comment
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O Velho e O Mar – Hernest Hemingway

by A Itinerante - Neiva 17/10/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva



Dor Elegante (Zélia Duncan e Itamar Assunção
Letra: Itamar Assumpção e Paulo Leminski)

O que há em um livro com pouco mais de 100 páginas que o torna justificativa para laurear seu autor com o prêmio Nobel de Literatura de 1954?

O que há de interessante na estória de um velho pescando em alto mar, narrada de forma seca, crua, sem qualquer rebusque de linguagem, sem metáforas grandiloqüentes e praticamente sem diálogos?

O Velho e o Mar, de Hernest Hemingway, conta a estória de Santiago, um velho e cansado pescador ao fisgar um espadarte com quase 6 metros de comprimento que o arrasta mar adentro por 2 dias e 2 noites até que o consiga pescar e prender à borda do barco onde é devorado por um cardume de tubarões.

Este é o pano de fundo para a verdadeira estória: a luta do homem e a natureza, a vida e ele próprio. Santiago vai aceitando os desafios e superando-os um a um, sem raiva, sem desespero. Não luta contra e sim com e ao lado de seus desafiantes, reconhecendo em cada um o direito à luta.

“”Você está me matando, peixe”, pensou o velho pescador. “Mas tem o direito de fazê-lo. Nunca vi nada mais bonito, mais sereno ou mais nobre do que você, meu irmão. Venha daí e mate-me. Para mim tanto faz quem mate quem por aqui.”, diz já quase ao final da luta e de suas forças.

E quando percebe que não conseguirá impedir os tubarões de devorarem seu prêmio tão arduamente conquistado:

“Agora o velho mal podia respirar e sentia na boca um gosto estranho. Era um gosto de cobre, ao mesmo tempo doce, e durante um instante assustou-se. Mas não durou muito. Cuspiu no oceano e disse: – Comam isso, galanos. E saibam que mataram um homem.”

Ou quando luta consigo mesmo:

“”Já agora, velho Santiago, você está ficando com a cabeça muito confusa. Você precisa conservar-se lúcido. Conserve-se lúcido e aprenda a sofrer como um homem. Ou como um peixe. – Desperte, cabeça – disse numa voz que mal se podia ouvir. – Desperte.”

No final melancólico, sem maiores glórias ou troféus do que uma carcaça de espadarte amarrada ao barco e declarando a si próprio derrotado, vai dormir como única coisa que lhe resta a fazer.

A nós leitores fica o assombro de admiração pela bravura e honra das lutas travadas, pela grandeza dos limites físicos, mentais e emocionais superados como se banais e corriqueiros fossem.

E ao desejo de aplausos incessantes a um velhinho cansado soma-se um pequeno de alento de esperança por nós mesmos.

17/10/2008 0 comment
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