A Itinerante
  • Home
  • Blog
  • Youtube
  • Análises
  • “Tá Tudo aqui”
  • Grupo Whatsapp
Arquivos Anuais

2009

Azul e Anil

by A Itinerante - Neiva 19/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Então digo à Dona Maria que a lousa é azul e teima em que é anil. Que diferença faz, pelo amor de Deus? Mas teima, insiste, discorre sobre o assunto incessantemente, azucrinando-me a todo e qualquer momento.

Partirei a lousa em sua cabeça, abrirei um rasgo imenso, por ele enfiarei minhas mãos e lá dentro procurarei o switch que diz que azul é anil e o inverterei. Oras, se não vou! Aproveitarei para consertar algumas outras coisinhas erradas. Esta mania de ser dona da verdade. Sim… Corrigirei todos os defeitos mentais de Dona Maria.

Corra… Os lobos estão quase te alcançando. Perto, muito perto. Nos calcanhares. Belos calcanhares têm você. Onde os comprou? Agora os perderá. Os lobos os comerão, estraçalharão. E será uma pena. São muito belos.

De onde vieram estes lobos? Tudo estava calmo, muito calmo. Dormíamos. Um sono cheio de sonhos. Sonhávamos juntos, em uníssono. O que não é lá muito comum, diria mesmo que é bastante raro. E o conseguíramos. Seria o cansaço, talvez. Quando estamos cansados baixamos as guardas, as barreiras todas e o impossível acontece.

Corremos tanto, uma vida, duas vidas, tantas vidas. Minhas vidas todas, que vivi por outros. Por você também. Não viveu você. Porque não viveu, meu amor?

Onde estão suas estórias? Quem as viveu por você? Estarão talvez arquivadas em um canto qualquer de seu tão bem organizado armário? É possível. É vero. Guardadas em caixinhas, pequenas caixinhas, novas, perfumadas. Arrumadas segundo a cor.

E eu? Porque vivi tanto? Não poderia talvez não ter vivido como você? Manter-me pura e inocente à tua espera? Não. Vivi. Mergulhei na poluída e promíscua vida. Todos estes bandidos, putas, vagabundos, poetas, místicos, bêbados, ignorantes, egoístas, malvados, loucos, irracionais eu os conheci muito bem. Não me conheceram. Não me viram. Como não me vê você, como não me vê ninguém. Sou invisível. Oh… Horror!

Os lobos! Eles me vêem. E me perseguem. Corro, corro, corro! E também você!

Venha, amor, aqui. Abrirei meu peito, como um capote de chuva. Entre. Abrigo-te e me preencho.

É agradável estar em mim? Sente-me? Diga. Diga que me sente. Diga que me percebe. Que dentro de mim existo, tenho cor, jeito, consistência e que sou real e visível.

Estique-se. Ultrapasse meu peito. Coloque seus pés dentro dos meus. Suas mãos nas minhas, sua mente na minha. Seja minha camada interior. Eu te levarei pelos caminhos todos, assim, aconchegado, agasalhado.

Conduzirei os lobos bobos até Dona Maria. Que a engulam, comam, destruam. Que me importa a Dona Maria e seus intermináveis achaques? Que me importa os milhões de Marias? E todos os Joãos? Nada! Nenhuma Dona ou Maria me interessa. Nenhum Dom, nenhum João, exceto um, o primeiro, o único. Que morram os outros todos, desapareçam, extinguam-se. Nenhuma falta farão.

Quero a terra despovoada, limpa de toda esta escória, minha e tua, para que a fecundemos com nosso amor.

Até que cheguem os deuses. Os gigantes deuses. Os tolos, burros, inconseqüentes deuses. E julguem-nos por nosso crime: devassar o jardim do éden.

Abrirão minha barriga, eu sei, sinto. E devolverão à Terra os milhões de Marias e Joões que entreguei aos lobos e que depois devorei. E você em mim, também.

Que importa ainda isto? Deixe que volte toda esta gente.

Nossa estória, esta não a destruirão jamais. Fizemos marcas indeléveis, eternas nesta terra ostra. Nosso sangue, nosso riso, nossas lágrimas a possuiram, fecundaram. Veja os sulcos. Aqui. Ali. Mais à frente. E atrás e aos lados. E lá. E lá. E lá. Infinitos. Incontáveis.

Que farão com isto? Nada! Nada podem fazer. Destruam-nos, mas nossas marcas da terra não retirarão. Aqui vivemos, aqui amamos. Aqui estamos e aqui ficaremos. Derrotamos os deuses gigantes.

Viveremos eternizados nesta terra fértil que nos procriará.

Que continue a Dona Maria a dizer que a lousa é anil. É azul, eu sei.

Escrito em 2002

Texto registrado no Literar.

…

Encontrei revisitando textos antigos. Este é da época em que escrevia com o inconsciente. Apenas um drops. Para suavisar a pausa. Ou não. Sei lá. 😀

Bom final de semana para todos.

19/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram
Sem categoria

banner FFXIV

by A Itinerante - Neiva 14/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva
14/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

Intervalo

by A Itinerante - Neiva 13/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva


Eu tinha tudo programado, mas no meio do caminho tinha uma pedra. Desviei e embananou tudo.

Não estou gostando do template. Tenho dúvidas com relação à nova estória. Nem comecei a revisar Adriel.

Em outras palavras: estou perdida e não sei quais os próximos passos.

Ao invés de seguir em frente à qualquer custo e acabar fazendo algo que não me agrade, prefiro tirar uma pausa para repensar.

Então, à partir deste momento estou em pausa.

Voltarei assim que as idéias clarearem.

Agradeço a compreensão.

Beijos a todos.

Imagem daqui.

13/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

Mas o que é mesmo esta tal de Liberdade?

by A Itinerante - Neiva 10/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

“…Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda…” – Cecília Meireles


“Liberdade é uma calça velha azul e desbotada” – Slogan publicitário US Top

No Dicionário:

Liberdade – sf (lat libertate) – 1 Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 2 Poder de exercer livremente a sua vontade. 3 Condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras. 4 Condição do ser que não vive em cativeiro. 5 Condição de pessoa não sujeita a escravidão ou servidão.

Fora do dicionário:

“Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem.” – Sartre

“O homem verdadeiramente livre apenas quer o que pode e faz o que lhe agrada.” – Jean-Jacques Rousseau

“A liberdade é uma planta que cresce depressa, quando ganha raízes.” – George Washington

“A liberdade é incompatível com o amor: um amante é sempre um escravo.” – Marguerite de Launay

“É verdade que a liberdade é preciosa. Tão preciosa que deve ser cuidadosamente racionada.” – Vladimir Lenin

“De nada adianta a liberdade, se não temos a liberdade de errar.” – Gandhi

“A liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras.” – Carlos Drummond de Andrade

“É belo modelar uma estátua e dar-lhe vida, mas é sublime modelar uma inteligência e dar-lhe liberdade.” – Victor Hugo

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” – Liev Tolstói

“É uma boa coisa exigir liberdade para nós mesmos e para aqueles que concordam conosco, mas é uma coisa ainda melhor e mais rara dar liberdade a outros que discordam de nós.” – Roosevelt

“Amo a liberdade, por isso, todas as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí.” – Bob Marley

“A mais alta forma de liberdade traz consigo a maior medida de disciplina e humildade.” – Gandhi

“O único meio de criar homens livres é educá-los, outro modo ainda não se inventou, e com certeza nunca se inventará.” – Olavo Bilac

“A única pessoa realmente livre é aquela que não tem medo do ridículo.” – Luis Fernando Verissimo

“Até onde vai o seu autocontrole, vai a sua liberdade.” – Eschenbach

“Os homens só serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.” – Diderot

“Liberdade é o meu vício!” – Sartre

“A liberdade está em ser dono da própria vida.” – Platão

“A liberdade começa onde acaba a ignorância.” – Victor Hugo

“Ainda que tivesse que ficar só, não trocaria a minha liberdade de pensar por um trono.” – Lord Byron

“A liberdade consiste em se fazer tudo o que não prejudica os outros.” – Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão

“São a força e a liberdade que fazem os homens virtuosos. A fraqueza e a escravidão nunca fizeram nada além de pessoas más.” – Jean-Jacques Rousseau

“A liberdade é um bem tão apreciado que cada qual quer ser dono até da alheia.” – Montesquieu

“A verdadeira liberdade está no poder sobre si mesmo.” – Montaigne

“Há homens escravizadamente escravos. Há homens livremente livres. E há homens livremente escravos, homens tão soberanamente livres de todas as escravidões internas que podem voluntariamente reduzir-se a uma escravidão externa, por amor a um ideal ou à humanidade.” – Huberto Rohden

…

Eu acho que liberdade é ter opções e poder fazer escolhas. Quanto mais nos informamos, mais opções se abrem à nossa frente. Quanto mais sabemos sobre estas, mais conscientes e responsáveis serão nossas escolhas. Então, Liberdade para mim é Conhecimento.

Quero saber: para você o que é esta tal de liberdade?

Imagem: calça jeans Levis Laço Branco daqui. O laço branco é um símbolo de apoio ao casamento homossexual.

Citações: encontradas em vários sites da net como o Citador e o Wikiquote.

10/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram
Sem categoria

CANTO DE LIBERDADE

by A Itinerante - Neiva 09/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva


INTRODUÇÃO

Eu não estava feliz naquela noite, cansada da rotina sem graça e da falta de perspectivas.

Queria sair logo da casa de meu pai e ter meu próprio canto onde tivesse liberdade para ser alguém e não este arremedo que não era nada: nem quem ele queria que eu fosse e nem quem eu era.

Sentia-me excitada só de imaginar um pequeno apartamento. Poderia ser minúsculo e não importava onde, mas seria meu espaço. Há tempos fantasiava com uma decoração em cores vivas e alegres, com muitos livros, música, televisão e toda modernidade de comunicação que existisse.

Infelizmente meus planos caminhavam devagar e ainda não conseguira o emprego que necessitava para pagar por minha liberdade. Hoje recebi mais uma resposta negativa de uma empresa. Ninguém contratava pessoas sem experiência. Estava cogitando até mentir no curriculum, inventando uma série de trabalhos passados. Quem sabe assim não conseguiria?

Era nisto que pensava, um tanto irritada, parada em frente à vitrine da Tiffany’s em Manhatan, comendo uma rosquinha doce, vestida exatamente como Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo”.

Caracterizar-me como personagens clássicos de cinema era meu hobby noturno. Um hábito ao qual apeguei-me e acho que se saisse vestida com minhas próprias roupas sentiria-me nua. Os personagens eram como uma proteção, uma pele emprestada que usava e que fazia com que, ao menos temporariamente, deixasse minha própria pele infeliz.

Não a pele pele. Esta não era de todo infeliz. Eu era jovem e com 23 anos meu corpo era bonito e bem feito, pequeno e delicado. Ok: os seios poderiam ser um pouco maiores, o quadril menor, etc. etc. etc., mas no geral? Sim, apreciava-me fisicamente. Meus cabelos pretos cacheados e os olhos também pretos faziam um contraste bonito com a pele clara. Meu rosto não era de nenhuma beleza excepcional, mas o conjunto era agradável e gostava dele.

A pele pela qual ansiava por me livrar era mais simbólica, das circunstâncias em que vivia e quando me caracterizava era como se deixasse de ser eu para ser um deles.

Só que hoje errara feio de personagem. Holly era uma garota de programa e naquela cena do filme, após uma noitada pelas boates, tomava seu café da manhã admirando as vitrines da Tiffany´s. O que ela poderia pensar olhando todas aquelas jóias lindas e inacessíveis? Certamente estaria tão pouco contente com sua vida quanto eu e não era exatamente este estado de ânimo que ajudaria-me esta noite.

Deveria ter saído de Feiticeira, que era feliz, bem resolvida e ainda tinha poderes mágicos para resolver as pendengas da vida.

Estava amargando este pensamento quando vi Juan pela primeira vez e simplesmente soube que ele era o único para mim e que o amaria para sempre. Até meus ossos sabiam disto ainda que não pudesse explicar o motivo.

É complicado tentar verbalizar o significado disto, porque apenas estou em minha cabeça e não na de outras pessoas sem saber se sentem a mesma sensação que eu de estar sozinha na vida. Se acaso sentissem o mesmo e eu soubesse, seria mais fácil de explicar (acho que seria mesmo mais fácil até de viver).

Porque a sensação de estar só na vida é tão envolvente e absoluta que não é possível que todos sintam e continuem a existir com esses sorrisos colados na cara, sem contar os companheiros e filhos adesivados à vida, o que já comprova a impossibilidade da tese.

Não sozinha no sentido de não ter pessoas fisicamente próximas ou até mesmo pessoas amigas, mas de não existir ninguém que fosse como eu. Poderia encontrar uma pessoa com a qual tivesse afinidade em uma, duas ou várias coisas ou aspectos ou personalidade ou jeito de viver, mas não em tudo. Não acreditava ser possível encontrar alguém que fosse totalmente como eu.

Quando vi Juan deixei de ser única e encontrei outro de minha espécie. Esta consciência traduziu-se como calor líquido percorrendo minhas veias todas, embriagando-me de excitação, tonteando-me de prazer.

Intuição, desejo, esperança, premonição ou apenas vontade de que assim fosse? Realmente não sei, apenas foi o que senti ao vê-lo pela primeira vez na vida.

Imagem daqui.

09/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

As prisões mentais

by A Itinerante - Neiva 06/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Li é uma amiga que conheci há um bom par de anos. Na época, ela era uma negra jovem, linda e com uma risada tão incrivel que não tinha quem não se contagiasse com sua alegria. Parecia carregar consigo a liberdade de viver, tanto que um pouco depois acrescentou a seu nome artístico uma palavra com este significado.

Com o passar dos anos nossas vidas tomaram rumos distintos: eu fui para Natal, com filhos, malas, cuias e um beagle e ela foi para o Canadá, sem filhos, poucas malas e quase nada de dinheiro no bolso. Foi para dançar em shows de samba que os gringos adoram. Foi e ficou. Casou, teve filho, dava aulas de dança, lançou-se cantora, deu entrevistas e criou – pasmem – uma escola de samba inteira e completa por lá.

Voltei de Natal e tempos depois soube que voltara também. Foi em casa com seu filho.

A primeira coisa que notei foi a falta da risada escancarada de gostosa, depois as mudanças todas: o corpo mais cheio, a postura mais restrita, a voz mais baixa, o olhar inseguro, mas foi só com o passar dos meses que soube estar com Síndrome do Pânico.

Era agora incapaz de andar sozinha pela cidade, de pegar um metrô e até mesmo de atravessar para o outro lado de uma rua. Narrou-me que às vezes saia de casa para ir à padaria no quarteirão ao lado e bastava atravessar a rua e dar uma dúzia de passos. E ela era incapaz de fazê-lo porque quando estava por atravessar vinha a sensação de angústia, a impressão de algo ruim aconteceria se o fizesse e ficava congelada, lutando contra si própria até desistir e voltar para casa.

No metrô era pior. Como no Canadá é comum o suicídio nos trilhos, as lembranças ocorriam à mente e não conseguia sair do trem na estação de destino. Ficava sentada até o final ou indo e voltando. Acabava por pedir ajuda a um desconhecido e conseguia sair. Algumas vezes, quando tinha algum compromisso profissional realmente importante, ligava-me: Neiva, preciso ir à estação tal, você pode pegar-me na minha estação e levar-me até ela?

Estarrecedor porque ela era minha definição mais completa de liberdade. Como um ser humano chega ao ponto em que, fisicamente livre, é incapaz de atravessar uma rua?

Aos poucos, com ajuda de vários tratamentos, médicos, psicológicos e religiosos, Li recuperou-se e o Transtorno do Pânico é agora apenas uma lembrança ruim, mas:

* A OMS estima que 450 milhões de pessoas no mundo sofrem de desordens mentais ou de comportamento ou de problemas psicosocial.

* 1 em 4 pessoas será afetada por desordem mental em alguma etapa da vida.

* Desordens mentais e neurológicas representam 14% da carga global de doença e contribuem 28% da carga de doença atribuível as doenças não transmissíveis.

* Estudos mostram que a prevalência de desordens mentais deverão continuar a crescer nos próximos anos.

* Em 2040 aproximadamente 81,1 milhões de pessoas viverão com alguma forma de demência.

* A carga atingirá predominantemente os países de média renda.

* A taxa de aumento na prevalência é estimada em 300% na Índia,China, áreas do Sul da Ásia e Pacífico Oeste. E 100% nos países de alta renda.

* No Brasil estima-se um aumento da prevalência em mais de 150 % .

Estudo completo aqui daqui.

E a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou este mês:

“Os números da OMS mostram claramente que o peso da depressão (em termos de perdas para as pessoas afetadas) vai provavelmente aumentar, de modo que, em 2030, ela será sozinha a maior causa de perdas (para a população) entre todos os problemas de saúde”.

Ou seja, a depressão em 2030 será a maior causa de mortes do mundo. Em alguns países, como os EUA, na faixa etária dos jovens, ela já é a terceira causa de morte.

…

Cada um de nós deve ter uma amiga como a Li em sua vida ou já foi como ela.

Além de todos nossos afazeres, familiares e profissionais, a sociedade cobra-nos participação consciente em política, ecologia, etc. Acho que temos sim que dar nossa colaboração, mas ninguém é de ferro como mostram estas estatísticas e é por isto que defendo uma certa alienação sadia e não apenas leio como adoro o Fofocas de Marte, As Tirinhas de D. Ramirez, o Depósito do Calvin e toda forma de humor, sem contar futilidades como acompanhar realitys shows como o BBB e A Fazenda.

E você? Como combate o risco à doença mental?

Imagem: O Grito de Edward Munch daqui.

06/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

EM OBRAS

by A Itinerante - Neiva 03/09/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Enlouquecida

Mudança de template em ação. Retorne mais tarde, por favor. Pensando bem, deixa para amanhã porque acho que hoje não vai rolar não. rsrs

Beijos

Imagem daqui.

03/09/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

Porque não sou uma máquina (ou Aniversário de A Itinerante)

by A Itinerante - Neiva 25/08/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Hoje o blog A Itinerante completa um ano de existência. Neste período, foi visitado 17.200 vezes e recebeu 3.049 comentários em seus 150 posts. Para que estes números acontecessem, despendi aqui uma média de 4 horas diárias, o que perfaz um total de 1.460 horas, gastos entre elaboração e manutenção de template, desenvolvimento de outros blogs, aprendizado de hmtl, busca e manipulação de imagens, pesquisas, elaboração e revisão dos posts, respostas aos comentários e muitas visitas, leituras e comentários nos blogs de meus amigos, comentaristas e visitantes, além de diversas outras atividades.

1.460 horas equivalem a dois meses dedicados exclusivamente ao blog neste ano de existência. Se eu tivesse feito faxina, para dar um exemplo modesto, com estas horas a uma base de R$ 10,00 por hora teria ganho R$ 14.600,00 (quatorze mil e seiscentos reais). Isto se tivesse feito faxina. Imagine se tivesse feito mais de meu próprio trabalho ou qualquer outro melhor remunerado.

Se tivesse dispensado a empregada e feito o seu trabalho já teria economizado uma boa grana. Ou poderia ter aprendido uma língua, aprimorado o inglês, desenvolvido a culinária, pintado quadros, escrito mais livros, visto mais cinema, escutado mais música, engajado em campanhas em prol do planeta, da política e de tudo o que é participação consciente, ido a mais shows e exposições, namorado mais, curtido mais meus filhos, jogado mais wii, sido mais amiga, filha, irmã. Eu poderia ter sido mais infinitas coisas e feito sem número de tarefas e ganhado mais dinheiro nestas 1.460 horas.

Então por quê?

Porque os dias, as semanas, os meses e os anos vão passando vertiginosamente enquanto busco sobreviver à realidade. E às vezes parece que sou apenas uma máquina de trabalhar para pagar contas e de fazer coisas que devo. E muitas vezes penso que jamais trabalharei o suficiente para pagar todas as contas ou farei todas as coisas que devo. Ou que um dia acordarei mesmo como um robô kafkaniano.

E o que sou? O que penso? O que sinto? E meus sonhos, minhas fantasias, minhas ilusões?

Aqui, no blog A Itinerante, a parte de mim que não é uma máquina, vive, respira, toma ar em largos goles, aparece, ganha sobrevida, reafirma as esperanças, readquire fé, reconhece-se, envaidece-se, sente orgulho de ser o que é, de continuar existindo e resistindo apesar de todas as improbabilidades e dificuldades.

Aqui está o meu melhor e sou melhor, porque aqui está minha alma.

E é por isto que espero deixar de ganhar mais R$ 14.600,00 nos próximos 365 dias:

Porque não sou uma máquina.

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

Estes bonecos sorridentes e fofíssimos são Adriel e Maise pela arte de Patrícia Daltro, do blog A Vida sem Manual, presente de aniversário do blog. :DDD

Para quem não conhece, a Patrícia é uma escritora simplesmente deliciosa, com um talento espetacular e é um doce de pessoa. Não bastasse tudo isto ainda faz um artesanato maravilhoso, que vocês podem conferir em seu blog Patch & Outras Coisas. Vejam os bichos de maçaneta, chaveiros, bolsas, almofadas e mais uma infinidade de criações lindas. Eu fui, fiquei encantada e escrevi com a sugestão, que ela abraçou no mesmo instante. São dois chaveirinhos e agora andarei com Adriel e Maise para tudo quanto é lado. rsrs

Obrigada Patrícia! Amei, amei, amei. :DDD

…

ADRIEL

Quando pensei em escrever um romance, as idéias foram surgindo nem sei de onde e quando vi estava já com toda a estória de Adriel pronta, do começo ao fim em minha cabeça. Bastava apenas tirar de lá. O único problema é que era imensa, com montes de personagens e material para dois ou três livros.

Bom, lógico que fiquei apavorada e lembro que tinha decidido cortar praticamente toda a parte das fadas, centrando-me apenas no romance dos dois. Foi com este enredo menor que comecei a postar. Só que os personagens ganharam vida própria e foram inserindo-se tão devargarzinho e sorrateiramente que quando vi estava todo mundo de volta. rsrs

Então, sim, a estória completa é uma trilogia. A Trilogia do Anjo. O primeiro livro é Adriel, o segundo é Etera e não posso dizer o nome do terceiro livro sem entregar o jogo.

Meu desejo primeiro foi mostrar valores esquecidos e sentimentos verdadeiros, amor puro como todos imaginamos existir. Eu queria escrever sobre um relacionamento em que não houvesse brigas, joguinhos, ciúmes, desconfiança, insegurança. Queria que um jamais maltratasse o outro. Que tivessem respeito um pelo outro. E amor, muito amor. Como deve ser.

Em segundo lugar esta é uma estória de superação e aprendizado de Adriel, que mesmo sendo um anjo tem coisas a aprender e de Maise que ao início é apenas uma mocinha ingênua agindo mais por impulso e emoção e deixando-se levar pelos acontecimentos.

Este primeiro livro pode ser considerado uma introdução à estória propriamente dita que se desenvolverá quase que inteiramente no segundo livro. O terceiro livro é mais como uma complementação e talvez nem seja escrito e esteja resumido no final do segundo.

Já aviso que Etera é similar a Lua Nova e tão ou mais triste, mas não vou escrever agora. Quero descansar um pouco desta estória e escrever outra no intervalo.

NOVO TEMPLATE


Planejei inaugurar hoje o novo template, mas infelizmente não deu. A imagem acima é uma idéia aproximada de como ficará. Se tudo correr como desejo, neste final de semana, de sexta a noite até o final de domingo o blog estará fechado para a troca do template.

Reinaugurarei, espero!, no domingo a noite, falando sobre a nova estória que vou escrever: Canto de Liberdade.

Desejem-me sorte. :DDD

…

Beijos a todos e obrigada, muito obrigada mesmo, por estarem comigo aqui durante este período. A amizade de vocês é Mastercard Gold: Não tem preço! :DDDD

Fim. Ufa!!! rsrs

25/08/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

Vou de Angola?

by A Itinerante - Neiva 22/08/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva


Na minha lavanderia atendo vários clientes angolanos. Primeiro veio um, deve ter falado para o outro, que veio também e acabei formando uma clientela na comunidade. Eles são assim: trazem uma ou no máximo duas peças por vez, mas normalmente é “a” peça. Tênis de marca, camisas de estilistas, ternos de linho, só trabalhos complicados e delicados. E choram, meu Deus, como choram por cada real.

Um deles sempre diz: “Tudo isto?!”, parecendo realmente chocado. Quando confirmo, ele diz: “Na lavanderia que tem no Carrefour, pago menos e lá é franquia.”. E eu sempre retruco a mesma coisa: “Leva para lá.”. Então ele inventa uma desculpa para não levar e deixa. É óbvio que não vai levar em outro lugar. Expliquei na primeira vez que veio com esta que meus japoneses passam melhor do que os brasileiros da concorrente. E eles sabem que passam mesmo. kkk Gostam de nosso trabalho e são desconfiados demais para testar outro. Às vezes acabo dando um desconto, de tanta graça que acho.

Bem… Não é só pela graça, confesso. Acontece que o fulano em questão é um deus de lindo. Um negro alto, corpo perfeito, mas perfeito mesmo! Um rosto divino de tão belo. Sorriso de arrebentar e a voz!!! Aff!!! O que é aquilo? Aquele sotaque delicioso e eu só imaginando em meus ouvidos, falando baixinho, outras coisas. rsrs

E o jeitinho dele? Meigo, doce, educado. Ai, do jeitinho de Adriel. Do jeitinho que gosto. :DD

O danado sabendo que é bonito e tirando proveito. E eu sabendo que ele sabe que eu pago um pau quilométrico e que está se aproveitando, mas nem ligando. Só para ter o prazer de ver e ouvir aquele monumento de vez em quando, lavaria até de graça. kkk

O tempo vai passando e papinho aqui, papinho ali, qual é o seu nome ele pergunta, trabalha em quê? emendo junto com o nome, seu marido não sei o quê investiga ele, não tenho marido esclareço e a paquera rolando solta e eu nem aí e só comendo com os olhos.

Esta tranqüilidade toda era porque nem em meus mais remotos sonhos acreditaria ter qualquer chance com ele. Achava que era modelo e com trocentas mulheres caindo aos seus pés e que só brincava como eu.

Hoje veio buscar um terno. Eu pegando a roupa na arara e solta a queima roupa: “Que dia não trabalha? Podia vir buscar você e irmos a uma festa.” Eu me embaralho toda com a roupa e desnorteio inteira. Só faltou gaguejar de tonta.

Respondi que trabalhava todos os dias. Ele sem se dar por vencido: “E domingo?”. E eu: “Não.” E ele: “Por que não”. E eu: “Porque não.” E para ficar menos antipático disparo um: “Tenho namorado.”

Ele carinha de triste: “Falou que não tinha.” Explico: “Marido. Não tenho marido. Tenho namorado.” Então se desculpa, fica todo sem graça e vai.

Vocês devem estar me chamando de idiota para baixo. Vai ver que têm razão. Porque não é segredo para ninguém minha predileção pela cor, de mulato a negro (já teve até comentarista branco ofendido reclamando de discriminação. sorry.). E aquele com aquela carinha de malandro deve ser o paraíso na horizontal.

Então, por que disse não?, vocês podem querer saber.

Bom, primeiro pela surpresa. Segundo porque não acreditei e não acredito ainda seriamente que esteja mesmo interessado. Não que eu seja pavorosa de feia ou coisa parecida, mas ando meio relaxada, principalmente no trabalho. E com a autoestima em baixa.

Como é que um homem bonito daqueles vai sentir tesão deste jeito? Sem contar que é uns 10 anos mais novo. Ah, sei lá. Vai saber qual o interesse real.

Minha amiga da loja ao lado pôs fogo: “Deixa de ser boba. Não importa o motivo. Vai com isto na cabeça para não se deixar enganar e aproveita.”.

Será??? Hum… Sei não… Romântica como sou. O que acham?

Vou de Angola?

22/08/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram

50) Fim

by A Itinerante - Neiva 19/08/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Estávamos sentados no convés apreciando o nascer do sol na Baia dos Porcos, em Fernando de Noronha. Na realidade, nem tínhamos dormido ainda. Nossas noites andavam um tanto quanto agitadas. Adriel não precisava dormir e quando eu sucumbia, ele dirigia o barco ou ia a terra comprar mantimentos.

Durante os períodos do dia em que estava acordada, nadávamos, percorríamos as cidades e vilas que encontrávamos pelo caminho e conhecíamos praias de beleza ímpar. Eu estava apaixonada pelo nordeste brasileiro e achava cada cidade ou recanto mais bonito que o outro. Agora mesmo, passamos mais tempo do que o programado em Fernando de Noronha porque me apaixonara de tal forma pelo arquipélago que não queria ir embora e quase fui seduzida pela idéia de morarmos ali indefinidamente.

Adriel com seu bom senso lembrou-me de Etera, de seu trabalho no complexo e de tudo para o que necessitávamos voltar e contentei-me com alguns dias a mais aqui. Não queria pensar na volta neste momento. Sabia que teríamos muito que fazer por lá. Eu tinha Etera, a questão do reino, o treinamento das fadas para assumir minha potencialidade etérica, Elros a ser decifrado, o preconceito contra os Gnomos para diluir e se possível extinguir e tantas outras questões que nem conseguia enumerar ainda. Adriel também teria muito a fazer com o reforço de segurança ao complexo, o treinamento de defesa do Povo Encantado, o demônio Yzar a ser vencido e, o mais importante de tudo: a busca da cura para seu problema de alteração genética.

Mas, agora todos estes problemas eram tão distantes quanto os sonhos. A realidade consistia em amar o anjo que era só meu.

– Porque este sorriso? Em que está pensando? – Ele indagou curioso.

– Estava pensando em um café da manhã vagaroso no quarto, com chantilly, morangos e você, mas o que estava falando mesmo sobre navegar rápido e chegar logo a Natal?

– Nada importante, querida.

Adriel e eu fomos aos risos para o quarto. Ele não resistia à menor de minhas provocações e eu bem que gostava deste seu jeito de homem fácil que se deixava usar e abusar. E usava e abusava à vontade e com gosto.

Fim

Texto registrado no Literar.

Primeira imagem daqui.

Segunda imagem daqui.

19/08/2009 0 comment
0 FacebookTwitterWhatsappTelegram
Posts mais novos
Posts mais antigos
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • Whatsapp
  • Discord

@2021 - All Right Reserved. Designed and Developed by PenciDesign


Voltar para o topo
A Itinerante
  • Home
  • Youtube
  • Blog
  • Análises
  • “Tá Tudo aqui”
  • Categorias
    • Notícias
    • Guias
    • Walkthrough
    • História / Lore
    • Discussão
    • Sem categoria