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Artes

Páscoa e os Ovos Fabergé

by A Itinerante - Neiva 11/04/2009
Escrito por A Itinerante - Neiva

Ovo Memória de Azov (1891) oferecido por Alexandre III a Maria Feodorovna

A tradição de presentear com ovos na páscoa é mais um hábito pagão apropriado e convertido pelos cristãos.

Originalmente era um ritual que acontecia no Equinóquio da Primavera onde os participantes após decorar e pintar ovos os escondiam nos campos para celebrar a fertilidade. Muitos povos utilizaram ovos de verdade, pintados e decorados, para celebrar a chegada da Primavera.

Os cristãos se apropriaram da idéia do Ovo para festejar a Páscoa, data que marca a ressurreição de Jesus, pintando-os originalmente com figuras religiosas, em concílio de 325 d.c..

Somente no séc 18 é que cozinheiros franceses tiveram a idéia de fazer ovos de chocolate para a ocasião.

Mas, os mais belos ovos foram produzidos entre 1885 e 1917 em ouro e prata e adornados com pedras preciosas na Rússia, por um artesão chamado Fabergé, atendendo à encomenda do Czar Alexandre III como presente de páscoa para sua esposa. Cada peça continha uma surpresa, um brinquedo, uma miniatura, um bibelô. Uma vez encomendado um tema, uma equipe começava a o produzir e demorava um ano até sua conclusão.

Eles continuaram a ser produzidos um ao ano, passando por Nicolau II, até a Revolução Russa, quando a Casa de Fabergé foi nacionalizada e muitos ovos destruídos, saqueados, vendidos ou perdidos para sempre.

Algumas destas preciosidades hoje estão em museus espalhados pelo mundo inteiro ou em mãos de colecionadores particulares e valem milhões de dólares. Alguns ovos ainda não foram encontrados.

Fonte: wikipedia


Ovo Lírio

Ovo Pedro O Grande

Ovo Pansey

Ovo Palácio de Alexandre

Ovo de Inverno

Ovo Coroação

Veja mais ovos Fabergé aqui.

…

Feliz Páscoa a todos, com ou sem ovos, mas com muita fé e esperança. :DDD

11/04/2009 0 comment
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Arte Näif – os poetas do pincel

by A Itinerante - Neiva 25/12/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

“A arte naif é simples, pura, autêntica e não exige prévios conhecimentos intelectuais e artísticos para ser compreendida,
chega direto ao nosso coração e toca nossa alma sem subterfúgios,
somente ultrapassando o filtro de nossas emoções. “

Galeria Ardies, especializada em Arte Naif.

Elon Brasil


Tico-Tico no Fubá de Noel Rosa com Carmem Miranda

A arte Näif ou arte ingênua é um estilo de pintura produzido por artistas autodidatas ou sem preparo técnico e que se caracteriza também por um olhar singelo e puro. É uma pintura quase sempre alegre, viva, colorida focada em detalhes da vida nas cidades ou nos campos, mostrando tradições, festividades folclóricas ou a natureza e aspectos afetivos das relações humanas.

Embora a pintura autodidata exista desde o princípio dos tempos, como estilo surgiu em Paris, por volta de 1890, logo depois do pós-impressionismo (Van Gogh, Lautrec, Gauguin, etc), tendo como precussor Henri Rousseau.

Atualmente o Brasil é um dos maiores expoentes em Arte Näif. Os quadros de nossos pintores figuram com destaque em museus de todo o mundo.


Floristas – Vanice Ayres Leite

Casal com Galinhas – Ivonaldo

O quarto rosa – Luciana Mariano

Festa na vila – Ana Maria Dias

Sarau na varanda – Waldomiro Santa’Anna

O burrinho leiteiro – Ignacio da Nega

A chegada do barco taxi – Edivaldo

A New Year’s Celebration – Ernani Pavaneli

Se quiser ver mais: Galeria Internacional de Arte Näif.

…

Pareceu-me apropriado um olhar ingênuo e alegre neste final de ano. :DDD

25/12/2008 0 comment
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Os Homens Ocos – T. S. Elliot

by A Itinerante - Neiva 06/12/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva


Boomed – Oscar Pilch

Os Homens Ocos (T. S. Eliot)

“A penny for the Old Guy”

Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada.
Ai de nós! Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada

Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;

Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam – se o fazem – não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.

II

Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.

Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo

– Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular

III

Esta é a terra morta
Esta é a terra do cacto
Aqui as imagens de pedra
Estão eretas, aqui recebem elas
A súplica da mão de um morto
Sob o lampejo de uma estrela agonizante.

E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam as pedras quebradas.

IV

Os olhos não estão aqui
Aqui os olhos não brilham
Neste vale de estrelas tíbias
Neste vale desvalido
Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos

Neste último sítio de encontros
Juntos tateamos
Todos à fala esquivos
Reunidos na praia do túrgido rio

Sem nada ver, a não ser
Que os olhos reapareçam
Como a estrela perpétua
Rosa multifoliada
Do reino em sombras da morte
A única esperança
De homens vazios.

V

Aqui rondamos a figueira-brava
Figueira-brava figueira-brava
Aqui rondamos a figueira-brava
Às cinco em ponto da madrugada

Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino

Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Tomba a Sombra
A vida é muito longa

Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino

Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o

Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.

(tradução: Ivan Junqueira)

…

T. S. Eliot

06/12/2008 0 comment
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Van Gogh e Edvard Munch

by A Itinerante - Neiva 30/11/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva


Campo de trigo com corvos – Vicent Van Gogh – 1890

Dizem que este foi o último quadro pintado por Van Gogh que teria se suicidado uma semana depois, com um tiro no peito disparado por uma arma que emprestara com o propósito de espantar os corvos.

Muitos críticos viram no céu tempestuoso, nos corvos revoltos como anjos negros e na agitação do trigo uma clara demonstração do estado de espírito tumultuado do pintor que entremeava momentos de lucidez com outros de delírio devido à sua doença mental.


O Grito – Edvard Munch – 1893

Pintada apenas 3 anos após a de Van Gogh, esta tela de Munch tornou-se tão famosa e iconoclástica quanto aquela.

Aqui um personagem andrógino, sem cabelos como se doente, torto e deformado está a gritar e a tapar os ouvidos como se assim pudesse interromper ou deter o que o incomoda. Todo o quadro expressa dor, angústia e desespero.

A exposição que o mostrou pela primeira vez foi considerada tão perturbadora que um crítico recomendou que grávidas não a visitassem.

…

Embora tenhamos por convenção considerar a arte uma expressão do belo, diversos artistas colocaram em suas obras algo da angústia e da dor de viver e o fizeram de forma tão magnifíca que se eternizaram como ícones da arte, ou seja, do belo.

Embora perturbadoras pelo conteúdo são talvez mais reais e verdadeiras do que aquelas que apenas retratam o belo e o perfeito, porquanto aproximam-se mais de nossa condição humana e mortal.

Nas próximas postagens trarei para vocês algumas destas obras, tanto da pintura, quanto da literatura, da poesia e da música. Espero que apreciem. 😀

30/11/2008 0 comment
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Joyce Tacila – A candidata da Itinerante

by A Itinerante - Neiva 23/11/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva


A Joyce não é perfeita. Ao contrário… Nos vídeos que postou para a inscrição no BBB escancara suas virtudes ou a falta delas com uma sinceridade e crueza por vezes chocante.

Na primeira vez em que vi seu perfil (descoberta do Lobo!) e li aqueles comentários nas fotos e depoimentos, rolei de rir. A frase de chamada era “Pau de arara é a vovozinha!” e logo de cara dava uma dura nos contatos que diziam estar votando direto nela e as tags não saindo do lugar.

Nós a acompanhamos nestes meses todos e vimos com satisfação passar pela entrevista e pelo funil. Encontrou-nos, virou amiga. Gente como a gente. E gente boa, sincera, real. É uma garota, levada da breca, que sonha com o milhão do BBB. Não faz tipo. Não é santinha e nem pecadora. Nem mais pobre e nem mais rica. Nem mais e nem menos egoísta, inteligente ou experiente que qualquer um, mas talvez seja mais verdadeira, mais espontânea e tenha mais atitude do que muitos que já passaram ou estão por passar na casa.

E é por isto que leva meu voto. Porque sinceramente, de gente que faz tipo chega, né??? Neste final de semana vai participar de um paredão que poderá a levar até uma entrevista direta com o Boninho. Estaremos aqui e em vários blogs votando por ela e papeando. Você está convidado a participar.


Veja e decida se ela merece seu voto!

…

Ps.: Coloquei estes bonequinhos para o banner da Joyce porque combinam com tudo o que ela é. São bonecos colecionáveis criados por artistas e gente descolada que aliam design à arte. Muito mais do que brinquedos para adultos, são uma nova forma de arte – contemporânea e pop – chamada de Toy Art. Alguns são tão caros e raros quanto qualquer obra de arte tradicional. Os Toy Arts são modernos, cults, cools, atuais e bacanas. Como a Joyce. :DDDD

Quer saber mais sobre Toy Art? Veja aqui no Guia da Semana

23/11/2008 0 comment
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Lago dos Cisnes – Tchaikovsky

by A Itinerante - Neiva 18/11/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva



O Lago dos Cisnes é uma peça dramática em quatro atos do compositor russo Tchaikovsky e talvez o balé mais conhecido de todos o mundo.

Conta a estória do princípe Sigifried que apaixona-se pela Princesa Odette, transformada em cisne junto com suas serviçais por um mago e que somente à noite readquire a forma humana.

Ela somente se livrará do feitiço quando um homem lhe declarar amor. Sigfried jura que o fará durante um baile oferecido por sua mãe, quando escolherá sua futura esposa.

No baile, ele é enganado pela feiticeira Odile que disfarça-se de Odette. Quando declara querer casar-se com esta, condena Odette, que foge entristecida de volta ao lago.

Percebendo o engano, Sigfried corre até ela e conta-lhe como foi enganado, mas o feiticeiro inunda o lago, a Princesa Odette e suas donzelas voltam a ser cisnes e o Príncipe afoga-se.

Triste e belo demais!!!


Magnifíco – Cena final da dança de Odile (Cisne Negro) e o Principe, com os dois maiores interpretes dos papéis: Nureyew e Fonteyn – Duração: 1 minuto

(Adivinhem quem tem ingresso comprado, guardadinho na carteira, para assistir Lago dos Cisnes no Teatro Municipal de São Paulo, em Dezembro? Eu. Depois conto tudo para vocês. :D)

18/11/2008 0 comment
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Osgemeos – do grafite à arte

by A Itinerante - Neiva 05/11/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva



Exagerado – Cazuza

Otávio e Gustavo Gandolfo, mais conhecidos como Osgemeos começaram grafitando os muros e paredes do Cambuci e hoje seus trabalhos já percorreram as galerias mais transadas da Europa e de outros continentes. Só depois de reconhecidos e valorizados lá fora é que expuseram aqui no Brasil e ganharam representação de uma galeria de peso, a Fortes Vilaça.

“O trabalho dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo está ligado a sua vivência em São Paulo, o grande melting pot cultural brasileiro. Centrada na construção de um imaginário próprio e peculiar, sua obra mescla elementos do folclore nacional com outros ligados ao desenvolvimento da street art. As telas seguem a tradição do retrato, com personagens centrais em padrões multicoloridos e envoltos numa aura surreal. As instalações oníricas incorporam carros, barcos e bonecos cinéticos gigantes à pintura de parede em grande escala.” Texto do site da galeria.

Conheçam o trabalho maravilhoso que fazem no vídeo abaixo e quem quiser comprar uma tela, já sabe onde tem. rs



Exposição “O peixe que comia estrelas cadentes” – Os Gêmeos

05/11/2008 0 comment
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Todas as cores de Beatriz Milhazes

by A Itinerante - Neiva 27/10/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

O Buda – 2000

Esquadros – Adriana Calcanhoto

Beatriz Ferreira Milhazes é pintora, gravadora, ilustradora e professora. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, à padrões ornamentais e à art deco. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o MoMa, Guggenheim e Metropolitan, em Nova York.

Milhazes é meticulosa e detalhista, não gostando de criar no computador para, segunda ela, poder criar suas próprias cores. As últimas telas, doadas para a Pinacoteca, são de uma meticulosidade tamanha que chegaram a ter cem impressões de cores distintas para a realização de uma só cópia.

Toda essa atenção com cada trabalho ajuda a revelar porque Milhazes se tornou a brasileira com maior repercussão no mercado exterior, batendo seu próprio recorde num leilão de arte, quando “O Mágico” (2001) foi arrematado por US$ 1,049 milhão, em maio passado, na Sotheby’s de Nova York, pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.

Fonte: Itaú Cultural e Folha Online

Pois é, José. Esta artista brilhante está na Pinacoteca com o que dizem ser a melhor exposição da cidade no momento e de graça! Fui domingo para ver, mas estava fechado. Voltarei esta semana e atualizarei o post. E você? Vai perder? Internet é boa para dar o pontapé inicial, mas obra de arte tem que ser vista, ao vivo e às mil cores de Beatriz Milhazes. 😀


Telas de Beatriz Milhazes com música de Caetano

Estação Pinacoteca – Largo General Osório, 66 – Luz (pertinho do Metrô) 3337 0185 – Das 10h às 18h – Grátis aos sábados – Confirme antes de ir aos domingos

27/10/2008 0 comment
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Pelo Amor de Deus – Damien Hirst

by A Itinerante - Neiva 18/10/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

For the Love of God
Vendida por Us$ 100.000.000


O artista plástico
Damien Hirst escolheu a morte como tema central de sua obra e detém vários recordes na venda de suas obras. A caveira incrustada com mais de 8.000 diamantes foi vendida por US$ 100.000.000 e este é o maior valor pago por uma obra de um artista vivo até hoje.

Em 16/09/08, no dia em que as bolsas de valores de todo o mundo despencavam, ele arrecadou US$ 198.000.000 em um leilão na Sotheby’s em Londres – o maior valor individual já arrecadado por um artista em um leilão. Além de o artista mais valorizado do mundo, ele também é considerado a pessoa mais influente no mundo da arte, por estar mudando as regras do mercado.

Pelo modelo tradicional da arte, um artista deixa para as galerias uma comissão muitas vezes superior à 50%, além de estarem subordinados à direção destes no que se refere às melhores datas de exposição. Alguns quadros são expostos e vendidos apenas a morte de seus artistas. Ao vender suas obras diretamente, Damien rompe com este modelo, provando não precisar de marchands e galerias. Mais ou menos como alguns poucos artistas da música que lançam seus discos independentes.

Além da caveira com brilhantes a maior parte de suas obras são animais mortos flutuando em formol:


Esta obra “O Bezerro de Ouro”, com cascos e chifres incrustados em ouro mergulhado em formol foi vendido por US$ 16.500.000

Que ele é um artista do marketing, da negociação, do dinheiro, não restam dúvidas, mas e quanto à suas obras? É arte? O que você acha? Compraria uma destas duas obras para sua casa?


18/10/2008 0 comment
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Camille Claudel

by A Itinerante - Neiva 14/10/2008
Escrito por A Itinerante - Neiva

Astronauta de Mármore – Nenhum de Nós

Camille Claudel entrou para a história mais como a amante de Rodin que enlouqueceu de amor do que como a grande escultora que era.

La ValseUma jovem precoce na escultura, Camille começa a trabalhar no ateliê de Rodin em 1 881, aos 17 anos, tornando-se – devido não apenas ao seu talento, como à sua beleza e dedicação – a aprendiz favorita do Mestre. Logo estão envolvidos em uma escandalosa estória de amor, visto ser ele um homem casado.

Camille ignora críticas e olhares atravessados da sociedade para viver para ele e para suas esculturas. Durante 11 anos estabelecem uma parceria extremamente rica para o trabalho de ambos. Entretanto, Rodin apesar de a assumir como amante, não se divorcia da esposa e envia Camille para um aborto quando engravida. E, embora a critica especializada a aplauda, não consegue avançar como escultora independente.


La Valse

Em 1892, cansada de ser apenas a sombra de Rodin, Camille interrompe o romance e estabelece ateliê próprio, onde também irá residir sozinha. O peso das críticas da sociedade ao seu romance juntamente com a mágoa por ele jamais a ter assumido completamente faz com que se torne paranóica com Rodin. Até o final de sua vida acreditará que ele a persegue e a impede de expor suas obras e ter o sucesso e reconhecimento que merece. Nos próximos anos este estado de espírito se agravará até a quase total ruina financeira e psiquíca.

Em 1913, com o falecimento de seu pai e protetor, Camille é internada em um hospital psiquiátrico por sua mãe, que não fala com ela há anos e que sente vergonha e desprezo pela filha pela desonra ao nome da família.

Após um breve período de tratamento Camille se recupera da debilidade física e psicológica e está apta a voltar ao mundo livre, mas permanecerá internada e isolada pelos próximos  30 anos, mesmo absolutamente sã e consciente, porque a mãe se nega a permitir seu retorno à sociedade, não cedendo aos apelos da família, do diretor da instituição e de diversos amigos que tentam interceder por ela.  Durante o período em que permaneceu internada, recusou-se a esculpir. Falece em 1943, aos 79 anos incompletos, sem glória e esquecida. 


Abandon


Atualmente pesquisadores e especialistas concordam que houve realmente o bloqueio à escultora, em defesa de Rodin, um membro maior e mais importante para a sociedade e que sua paranóia teve motivos reais para se instalar.

Rodin não a ajudou como poderia, como deveria. Ele lhe deu indiferença e omissão no lugar de apoio e reconhecimento. Ofereceu dinheiro, como se fosse uma incapaz e trabalhos menores abaixo de sua capacidade e de seu valor. Alguns teóricos defendem a tese de que ele teria medo de ser ofuscado por seu talento maior.

Camille Claudel, uma escultora genial e extremamente talentosa deixou-nos apenas um pequeno legado. A humanidade perdeu a oportunidade de apreciar várias de suas obras que foram destruídas durante os anos de doença, mas principalmente perdemos esculturas magistrais que deixaram de ser criadas porque sua carreira foi interrompida em pleno florescer por um homem covarde, uma mãe egoísta e uma sociedade hipócrita e machista.

Trecho do filme Camille Claudel com Isabelle Adjani


Para saber mais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Camille_Claudel

http://www.fundamentalpsychopathology.org/anais2006/4.30.3.1.htm

(Mesmo não achando ser a melhor, o post escolheu esta música e recusou todas as outras.)


14/10/2008 0 comment
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