To Zanarkand – Final Fantasy X – Playstation 2
Ontem, sábado, fui à Estação Pinacoteca ver Beatriz Milhazes, conforme tinha programado.
Fui de metrô, desci na estação Luz e caminhei até a Estação Pinacoteca que é pouco distante da Pinacoteca. Lá, vi:
Beatriz Milhazes – Supreendeu-me a detonação das telas que parecem mal acabadas, com manchas de tinta espalhadas ou escorrendo pela tela, cantinhos descascados, sujeirinhas aqui e ali. Meu toc ficou em polvorosa, querendo limpar e deixar tudo acabadinho. Lógico que ela deve ter ainda mais trabalho para deixar com esta aparência velha. rsrs
Gostei de várias, mas muito de uma tela chamada Férias na Praia, que parece uma explosão de alegria e também desta Beleza Pura.
Os vitrais que recobrem as imensas janelas da passagem de uma galeria a outra proporcionam uma sensação mágica e única. As colagens são muito bonitas também. Revela uma chocólatra compulsiva uma vez que foram utilizados muitos papéis de chocolate. rsrs
Desci um andar e vi A Era da divergência: Arte e cultura visual no México 1968 – 1997, uma exposição sobre arte e fotos produzidas no México naquele período, com algumas imagens políticas bem fortes. Educativo.
Desci mais um andar e vi Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador – José e Paulina Nemirovsky foram dois eminentes membros da sociedade que montaram uma belissima coleção de arte focada principalmente no modernismo. Vi Di Cavalcanti, Brecheret, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Rego Monteiro, Guignard, Goeldi, Portinari, Pancetti, Volpi, Bonadei, Dacosta entre outros. Queria ter visto Antropofagia de Tarsila, mas a tela que faz parte do acervo do casal estava emprestada para outro museu.
Sai da Estação Pinacoteca e fui para a Pinacoteca. Antes, pausa para um café na cafeteria da Pinacoteca – toda de tijolos aparentes, mesinhas com tampo de mármore e base de ferro – ao ar livre com vista para o Parque da Luz e suas frondosas árvores. Um charme só!
Na Pinacoteca, vi primeiro a exposição Gravuras Peregrinas da Maria Bonomi – Estava concentrada em uma de suas peças quando levantei os olhos e dei com a própria autora me observando. Ela me olhou (mesmo!) por um momento com aqueles olhos muito claros e profundos – foi inquietante – e logo voltou a atenção para uma amiga. Sua figura é impressionante, com cabelos totalmente brancos e roupas confortáveis. Transmite força e intensidade.
Sua mostra tem gravuras em xilografia (em madeira), calcogravura (em metal) e litogravura (em pedra), além de várias impressões em papel japonês e uma instalação muito interessante com vários materiais, chamada de 7 horizontes. São trabalhos de diversas fases e inspirações. Tem temática política, inspiração japonesa, amazônica, etc…
Senti-me absolutamente ignorante frente àquelas imagens abstratas. Quando desisti de entender e deixei-me levar pelas sensações que me produziam ficou melhor. 😀 Gostei muito.
Ainda vi Eliseu Visconti que fez a pintura dos afrescos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outros e que tem uma arte mais fácil e decorativa e Cristina Iglesias, uma artista espanhola, que fez um enorme e bela instalação por onde se anda.
Sai caminhando pelo Parque da Luz onde estão expostas 35 grandes e belas esculturas. Fiquei absolutamente surpresa e encantada com o estado do parque. Totalmente limpo, arborizado, florido, sem um único camelô, com crianças brincando, casais namorando singelamente, pessoas caminhando despreocupadamente, lago com peixes, enfim… bucólico demais!!!
Foi um prazer este passeio. Todo ele. Ouvi música clássica e senti a alma ir se aquietando aos poucos, deixando para trás preocupações, neuroses e problemas. Ao final só a sensação de paz e harmonia comigo mesma.
Esta sensação boa custou a incrível quantia de R$ 8,80 (metrô, água e café)!!!