Final Fantasy XVI – Megapost explicando tudo sobre a história do jogo!

by A Itinerante

Este post irá com tudo nos spoilers, então caso ainda não tenha finalizado o jogo é melhor voltar aqui após terminar.

Não é novidade que a história de Final Fantasy XVI tem chamado muita atenção devido a sua alta qualidade e complexidade, mas apesar de todos os recursos que o jogo te dá para entendê-la, ainda existem alguns pontos que exigem mais tempo e ponderação para conseguir encaixar por completo seus detalhes.

Antes de começarmos a falar sobre a história do jogo em si, é importante entendermos bem alguns conceitos:

Cristais-Máter

Gigantescos Cristais que se erguem ao longo de Valisthea, os quais funcionam como a principal fonte de Energia de seus habitantes. Grandes nações se formam ao redor destes cristais e, comumente, grandes guerras são travadas a fim de dominar os territórios ao seu redor. No passado existiam 8 destes grandes Cristais, mas hoje restam apenas 5.

Magia

Em Valisthea, o termo magia se refere a arte de canalizar Éter para manifestar a imaginação e este conceito está diretamente relacionado a alguns outros que também são muito importantes:

Cristais – Lascas de cristais extraídas dos Cristais-Máter que são o principal meio utilizado para canalizar Éter. É a forma que a maioria da população possui para utilizar magia, já que a maior parte dela é composta por pessoas que não possuem o poder inato para conjurá-las naturalmente. Este é também o principal motivo dos Cristais-Máter serem tão preciosos no mundo do jogo.

Portadores – Pessoas que nascem com a habilidade de Canalizar Éter e conjurar Magias sem a utilização de Cristais. No passado, já foram reverenciados como pessoas de grande importância dentro da sociedade mas, um dia, criaram um senso de superioridade que resultou em uma terrível guerra entre portadores e humanos “não canalizadores”.
Os portadores perderam a guerra e, desde então, são tratados como escravos/objetos em praticamente todas as regiões de Valisthea.
Por lei, todos os Bebês são testados já na infância e, caso sejam identificados como Portadores, são entregues de imediato ao Estado para serem marcados na bochecha com a marca dos Portadores e retirados de suas famílias.
Existem alguns casos raros onde estes poderes se manifestam tardiamente e muitas vezes tais pessoas os escondem para evitar de serem marcados e escravizados.
Durante certas Sidequests, deparamo-nos com situações chocantes que expõem a crueldade dirigida aos portadores:
– Em uma delas nós descobrimos que há um veneno embutido na marca que irá penetrar na pele da pessoa caso ela tente removê-la.
– Em outra, vemos um pai e um filho armando um plano onde o filho finge estar sendo atacado por lobos para atrair Portadores e matá-los como forma de diversão.
– Já em uma outra, ajudamos uma criança que diz estar procurando sua boneca que sumiu em um dos campos do jogo. Encontramos a “boneca” e descobrimos que ela na verdade era uma jovem Portadora, a qual morreu exaurida de suas forças depois de ser forçada a servir por muito tempo.

Dominantes – Pessoas que possuem em seu interior a capacidade de canalizar quantidades avassaladores de Éter para invocar Eikons. Costumam ocupar posições de poder nos diferentes reinos de Valisthea, sendo tratados como realeza em algumas regiões e, em outras, como escravos dos líderes do Estado. Há apenas um dominante para cada Eikon e um novo Dominante só nasce a partir do momento em que o anterior morre. Assim como os portadores, podem manifestar os poderes logo no nascimento ou tardiamente ao longo da vida.

Maldição dos Cristais – Como nem tudo são flores, descobrimos ao avançar do jogo que a utilização do Éter cobra um preço alto tanto de Portadores como de Dominantes. Na medida em que eles utilizam seus corpos para Canalizar Éter, começam a sofrer um processo gradual de petrificação, começando pelas extremidades e avançando até que todo o seu corpo seja transformado em Pedra. Nos estágios avançados a doença é extremamente dolorosa e, até o momento, não possui cura conhecida.

A Praga – O grande problema enfrentado pela população atual. Trata-se de regiões que, por algum motivo, se tornam completamente vazias de Éter, nas quais qualquer forma de vida fica completamente inviável. Começou em pequenas regiões, mas hoje se espalha cada vez mais rápido ao redor dos reinos, fazendo com que, por vezes, nações se sintam encorajadas a invadir outras terras para fugir da Praga. Ao conhecer Cid, ele comenta pela primeira vez a possibilidade de que os Cristais-Máter possam ser a origem deste mal.

Com esses conceitos compreendidos, agora podemos ir para a história do jogo em si.

Começamos nossa aventura no Castelo de Rosalith, em Rosaria. Local onde conhecemos algumas figuras importantes, como a família Rosfield e Jill Warrick.

Uma das primeiras coisas que aprendemos sobre Anabella é que ela possui a linhagem de Dominantes da Fênix em seu DNA. Ela é obcecada por este fato e se orgulha tremendamente de sua linhagem sanguínea poderosa. Por este motivo, o fato de seu primeiro filho, Clive, não ter manifestado os poderes de Dominância da Fênix é motivo para que ela o trate com total desprezo.

Sua busca para preservar a linhagem chega a ponto dela trair Elwin e se alinhar ao Sacro Império de Sanbreque, provocando um terrível ataque surpresa no Portal da Fênix no qual seu marido é Decapitado na frente de Joshua. Diante da violenta cena, Joshua perde o controle sob a Fênix e se transforma, matando aqueles que estão por perto e se tornando um perigo para todos os outros. Clive chega ao castelo neste momento e, preocupado com seu irmão, também se descontrola, presenciando momentos confusos onde um segundo Eikon de fogo surge e ataca seu irmão, provocando sua “morte”. Clive é encontrado desmaiado no dia seguinte por sua mãe, que o captura para se tornar um soldado escravo do império.

Como recompensa pela traição, Anabella se vê diante da possibilidade de criar uma nova linhagem ainda mais poderosa a qual unirá os dominantes da Fênix e do dragão Bahamut. Além disso, ela não só se torna Imperatriz do Império de Sanbreque como também se torna a Rainha soberana da Província Imperial de Rosaria, onde ela reina com crueldade e tirania.

Joshua, o qual pensamos haver morrido, é encontrado por uma organização chamada de “Os Imortais”. Eles o levam para seus cuidados e lá ele aprende sobre Ultima e parte de seus planos. As informações que a organização tem são limitadas, pois são retiradas de documentos relacionados a uma civilização antiga que venerava Ultima como um Deus (falaremos mais sobre ela no final do texto). Apesar disso, eles desvendam parte do quebra cabeça e sabem que Clive e Ifrit fazem parte de algo maior, e que Ultima possui interesse em capturá-lo.

Chegando nos tempos atuais

13 anos depois, Clive assume o codinome de Wyvern enquanto trabalha sob as ordens do império, mas sua principal motivação de vida é encontrar e matar o segundo Eikon de fogo que foi o responsável por matar seu irmão.

Depois de alguns eventos que o fazem se reunir com Jill e conhecer Cid, Clive descobre que Benedikta Harman capturou um suposto dominante de fogo a mandado de seu líder, Barnabás Tharmr.

Durante o confronto com Benedikta, Clive inexplicavelmente absorve parte do Éter da Garuda para si e, neste momento, escuta uma voz em sua cabeça dizendo que finalmente o encontrou.

Analisando estes acontecimentos posteriormente, entendemos que Barnabas estava todo esse tempo auxiliando Ultima em seus planos para colidir Clive com os outros Dominants. Entendemos também que é neste exato momento que Ultima descobre que Clive/Ifrit estão prontos para o restante de seu plano e este é o gatilho para que ele comece a trabalhar em diversas frentes para fortalecer Clive/Ifrit e preparar seu receptáculo.

Depois de derrotar definitivamente Garuda e voltar para o esconderijo, Clive retorna ao local da morte de seu irmão e lá ele confirma que, na verdade, ele era o segundo dominante do fogo que despertou naquela noite e matou Joshua. Veremos mais sobre o despertar tardio de Clive e o mistério dos Dominantes mais a frente.

Cid revela para Clive a suspeita de que os Cristais-Máter são a razão pela qual a praga está se espalhando tão rapidamente e Clive decide se unir a ele para investigar os cristais e possivelmente destruí-los. A razão para Cid ter essa suspeita é o fato de que ele já fez parte do grupo de Barnabas e, provavelmente, captou sinais da verdadeira razão por trás da existência dos Cristais-Máter enquanto fazia parte da turma.

O primeiro alvo deles é o cristal chamado Cabeça do Draco, situado em Oriflamme, capital de Sanbreque.

Após invadir a cidade e destruir o cristal, Clive, Cid e Jill são surpreendidos pela primeira aparição oficial de Ultima, que tenta capturar Clive mas é impedido por Joshua. Utilizando os poderes da Fênix, ele absorve Ultima e decide se afastar novamente do irmão com medo da possibilidade de que Ultima possa escapar de dentro de si e alcança-lo (apesar de ainda não saber o motivo exato do interesse de Ultima em seu irmão). Neste confronto, Cid acaba sendo mortalmente ferido e, antes de morrer, permite que Clive absorva o Éter de Ramuh para ajudá-lo a continuar sua causa.

Clive, que agora adotou também o nome de Cid, volta sua atenção ao segundo Cristal: O Sopro do Draco que está localizado nas terras do Reino de Ferro. Ele e Jill invadem a região e conseguem destruí-lo.

Enquanto isso vemos que Sleipnir, o principal servo de Barnabas, tem trabalhado para provocar um confronto entre Hugo Kupka e Clive. Sleipnir envia uma caixa com o que presumo ser a cabeça de Benedikta para Kupka (não vemos o conteúdo da caixa, apenas o choque de Hugo) em nome de Cid, afim de provocar sua fúria contra Clive. Em outra frente, temos a Imperatriz Anabella e seu novo filho, Olivier, incitando Hugo a invadir Rosalith.

O plano funciona e Clive e Kupka se enfrentam, resultando em Hugo perdendo as mãos e Clive absorvendo seu quarto Eikon: Titã.

Durante o confronto, descobrimos também que Torgal na verdade é um dos filhotes do lendário lobo ancestral Fenrir. Ele é capaz de invocar seus poderes canalizando o Éter daqueles que um dia já lutando ao seu lado, e o utiliza para salvar Jill em um momento que ela estaria prestes a ser executada.

Sleipnir foge com o Hugo, já que ainda tinha planos para ele. Clive se une a seus aliados para os perseguir.

A busca nos leva para Dhalmekia, onde Hugo é induzido por Sleipnir a consumir quantidades absurdas de Éter que fazem com que ele perca o controle e se torne um Titã Demôniaco. Como esperado, Clive o enfrenta e sai vitorioso do embate, destruindo o terceiro Cristal-Máter, Presa do Draco, no processo.

Nosso próximo passo é o quarto Cristal, Cauda do Draco, situado no Domínio Cristalino e que está agora sob o controle do império de Sanbreque. Para relembrar, o local é onde encontram-se Anabella e o Imperador Sylvester Lesage.

Por falar em Anabella, confirmamos aqui que ela gerou um novo filho com o Imperador, o qual é o novo objeto de obsessão da cruel Imperatriz. Ela também tem conspirado para tirar a sucessão de Dion do trono do Império e colocar seu filho, Olivier, como novo príncipe herdeiro.

Dion percebe que há algo de errado com seu pai, que parece ter perdido todo o senso de cuidado com seu povo e agora só pensa em suas ambições pessoais. Ele acredita que Ultima possa ser quem está influenciando seu pai, e começa a suspeitar que Olivier possa ser a ferramenta que está sendo utilizada para tal.

O Imperidor Sylvester de fato cai na armadilha de Anabella e destitui Dion de sua posição de herdeiro do trono. Alguns dias depois, Dion – que já está convicto de que Ultima está usando Olivier para influenciar seu pai – tenta dar um fim no garoto atirando sua lança contra ele, mas o Imperador entra na frente e acaba morto.

Matar o próprio pai é o gatilho final para que Dion perca o controle e se transforme em Bahamut, fazendo com que ele ataque a cidade e destrua a capital do Império. Este era o plano de Ultima desde o princípio, para forçar um confronto entre Bahamut e Clive e fazer com que ele absorvesse o seu quinto Eikon.

Um ponto importante, é que durante a batalha algo inesperado acontece: Fênix e Ifrit se unem para enfrentar o rei dos dragões e, após o embate, Dion fica gravemente ferido e Clive acrescenta o Éter de Bahamut ao seu arsenal.

Após a batalha, Dion finalmente consegue desmascarar Olivier como sendo uma manifestação de Ultima, que desaparece logo em seguida e provoca a morte de Anabelle no processo, que é soterrada pelos escombros da batalha.

Nos destroços da batalha colossal, Ultima surge nos céus e conjura a magia Primogênese, que tem como objetivo desequilibrar o Éter do planeta. Como consequência, a grande maioria dos cristais perde sua potência e diversas terras são dominadas por inundações de Éter, transformando pessoas e animais em feras que não possuem inteligência ou senso de identidade chamados de Akáshicos. De acordo com Ultima, essa é a verdadeira forma da humanidade, já que estes seres ficam totalmente sob seu controle.

Retornando ao Esconderijo, vamos até uma cidade próxima encontrar Mid e somos surpreendidos lá por um ataque de Waloed, com Barnabas e seu exército de Akáshicos. Neste luta, aprendemos que Sleipnir não é um ser vivo real, mas uma criação de Barnabas/Odin que possui diversas cópias. Barnabas surge após o confronto e não só derrota facilmente Clive, como também captura Jill.

Aproveitando que Mid terminou a construção de seu navio Enterprise, perseguimos o navio de Waloed para resgatar Jill mas, apesar de conseguimos salvá-la, novamente Barnabas nos mostra que ele e seu Eikon Odin são poderosos demais para Clive e seu grupo. Eles escapam por pouco e, após a batalha, Jill entrega Shiva a Clive para dar a ele todos os recursos que ele precisa para o embate final, somando um total de seis Eikons absorvidos por Clive.

Agora é o momento de irmos atrás o quinto e último Cristal-Máter: A Espinha do Draco, que fica em Waloed.

Chegando lá descobrimos que as pessoas do continente foram todas influenciadas por Barnabas baseado nas crenças de um culto religioso chamado “O Círculo de Malius”. Eles veneram Ultima e acreditam que os planos dele para reconstruir o mundo dará a todos um futuro melhor, sem saber que neste futuro a humanidade sequer estará presente.

É neste momento que Joshua encontra uma versão completa do Mural Antigo que havia sido avistado anteriormente. Observando-o melhor ele entende que a junção de Fênix e Ifrit compõe 1 Eikon apenas, que forma o receptáculo final para os planos de Ultima. Também temos a confirmação da existência de Leviatã, chamado aqui de “O perdido”. Mais sobre ele nas teorias ao final deste post.

Invadimos o castelo e derrotamos Barnabas, que está completamente cego por sua fé e sob o controle de Ultima. Absorvemos Odin ao final da batalha e Ultima nos diz que seu receptáculo finalmente está pronto para a execução de seu plano final. Durante esta conversa com Ultima, finalmente entendemos melhor sua existência e motivação.

O Grande Mistério do plano de Ultima, o passado de Valisthea e seus Dominantes

Ultima era habitante de um outro planeta (o qual acredito ser Métia, a estrela vermelha que fica ao lado da lua para a qual Jill faz suas preces) e lá, ele e seus companheiros desenvolveram a arte da Magia. Na medida em que a utilização da Magia começou a evoluir, houve o surgimento da Praga, que se alastrou da mesma forma que vemos acontecer em Valisthea e chegou ao ponto de condenar todo o planeta. Para evitar o fim de sua espécie, ele e os últimos de seus companheiros embarcaram em uma nave que vagou pelo espaço em busca de um novo lar. Devido a longa jornada que os aguardava, eles se despiram de seus corpos físicos e apenas seus espíritos continuaram até o fim da viagem. Eles vagaram pelo cosmo até que um dia encontraram um planeta perfeito: Abundante em Éter e habitável, onde temos as terras de Valisthea.

Eles se estabeleceram no novo planeta mas, com o passar do tempo, a Praga começou a afetar seu novo lar também. Isso nos confirma que a Praga nada mais é do que o processo onde a terra é drenada de seu Éter devido ao uso excessivo de magias. Entender isso reforça a teoria criada por Cid de que, para salvar o mundo, precisamos nos livrar da Magia por completo.

Sem enxergar uma forma para lidar com a Praga novamente, Ultima e seu povo criaram um plano onde iriam conjurar uma poderosa magia para criar um novo mundo o qual não poderia ser afetado pela Praga. Para conjurar tal magia eles precisariam de dois ingredientes: Uma quantidade absurda de Éter e um receptáculo físico forte o suficiente para canalizar este Éter.

Para absorver o Éter, Ultima criou 8 Cristais que iriam lentamente absorver todo o Éter do planeta. Trata-se dos oito Cristais-Máter que conhecemos, dos quais três já haviam desaparecido antes dos eventos da história do jogo. Oito de seus companheiros foram colocados no coração de cada um destes cristais, para serem despertados posteriormente quando todo o Éter houvesse sido acumulado.

O segundo ingrediente, no entanto, seria muito mais complicado.

Seria necessário um receptáculo corpóreo forte o suficiente para canalizar este Éter, o qual foi denominado por ele como “Mythos”.

Para alcançar este feito, a humanidade foi então projetada por Ultima e semeada como sementes na terra. Algumas tribos específicas foram posicionadas ao redor dos Cristais-Máter e cada uma delas recebeu uma afinidade elemental com um dos oito elementos principais da natureza. Este poder seria amplificado com o passar das gerações até o momento em que os Eikons surgissem, sendo um Eikon referente a cada Cristal. A partir deste momento, os Eikons seriam passados de geração em geração para os descendentes destas tribos até o dia em que Dominantes de Ifrit e Fênix nascessem e tivessem os requisitos para compor sua forma perfeita.

Essa informação é reforçada no Mural Antigo encontrado por Joshua, confirmando que os Eikons Ifrit + Fênix se unem para compor a forma perfeita deste receptáculo, sendo os outros 7 Eikons fragmentos menores do poder de Ultima que seriam utilizados como sacrifício ao altar de Mythos, afim de testar sua força e serem absorvidos.

A princípio, a humanidade reconhecia e adorava Ultima como um Deus, acreditando em seu plano de criação de um novo mundo e o adorando por isso. Ultima, porém, via a humanidade como simples peças que compunham seu plano e os ignorou, fazendo com a fé nele fosse gradualmente abandonada e, eventualmente, completamente esquecida pela maioria. Inclusive, seu plano era destruir todos os seres vivos de Valisthea depois que seu novo mundo fosse criado, já que a humanidade não seria mais necessária.

Depois das sementes terem sido plantadas a humanidade evoluiu e, com a utilização da magia, alcançou um estado muito mais avançado do que aquele que presenciamos nos dias atuais do jogo. Eles desenvolveram naves gigantescas e armas de guerra que foram criadas misturando Magia com Tecnologia, as quais foram denominadas “Magitek”. Um dia, as ambições desta antiga civilização foi tamanha que eles utilizaram seus recursos para atacar um dos Cristais-Máter de Dhalmekia, chamado Dzemekys, para usurpar seu poder. A fúria de Ultima foi tamanha que ele não só aniquilou a maior parte da civilização e sua tecnologia, como também desferiu um golpe que destruiu o cristal e deixou uma enorme cratera em seu lugar.

Os habitantes das terras ao redor de Dzemekys eram os mais fiéis a Ultima e alguns deles sobreviveram a tragédia. Eles se mudaram para os continentes externos a Valisthea e lá continuaram com sua fé, criando o culto chamado “Círculo de Malius”. Foi neste continente externo que nasceu Barnabas Tharmr, o qual foi encarregado por Ultima a auxiliá-lo em seus planos. Este é o motivo de Barnabas ter invadido um dos continentes de Valisthea, chamado Cinza, e tomado as terras de Waloed.

Os anos avançaram, os Eikons surgiram e foram passados de geração em geração. Por fim, o improvável aconteceu quando tivemos o nascimento de Clive e Joshua, cujos DNAs manifestariam as duas peças restantes necessárias para o Receptáculo perfeito de Ultima (apesar de já ter existido outros dominantes da Fênix no passado, era a primeira vez que nascia um para o Ifrit). No momento em que Clive absorveu um Eikon pela primeira vez (Garuda) Ultima teve ciência de que seu plano finalmente poderia ser executado. A partir dali, ele orquestrou todos os outros acontecimentos do jogo de forma a colidir seus Eikons com Clive para que ele os absorvesse.

Voltando para a história final do Game

Para a luta final, temos um confronto onde Bahamut, Fênix e Ifrit se unem para atacar Origem, a nave em que Ultima e seus companheiros utilizaram para chegar em Valisthea. Bahamut infelizmente morre durante a batalha, e Clive e Joshua seguem para o confronto final.

Joshua também se revela estar mortalmente ferido (afinal, ele estava carregando um dos companheiros de Ultima dentro de si todo este tempo) e, antes de partir, transfere para Clive todo o poder da fênix.

Com o ser que estava dentro de Joshua libertado, vemos Ultima visivelmente ofendido pela possibilidade de suas meras criações tentarem o derrotar, e ele então absorve seus companheiros antes de partimos para a batalha final.
Só para recapitular: três destes companheiros já estavam libertos (referente aos três cristais-máter destruídos antes dos eventos do jogo) e os outros cinco nós libertamos ao destruir os outros cristais-máter. Um deles ficou preso em Joshua durante a maior parte do jogo e se libertou nos momentos finais.

Durante a luta final, descobrimos que Ultima não esperava que os laços e emoções humanas fossem capazes de evoluir ao ponto de se tornar parte do que os dá força. Clive, além de ter absorvido porções absurdas de Éter, possui laços e emoções extremamente fortes dentro de si, as quais se transformaram em um tipo de poder até então desconhecida por Ultima.

Ultima é finalmente derrotado e Clive, em seu último ato, destrói o núcleo da Nave Origem, onde todo o Éter que havia sido absorvido estava acumulado. Assim, o Éter retorna para o planeta e temos uma cena final onde vemos Clive em uma praia, aceitando seu fim enquanto suas mãos começam a se transformar em pedra.

Em uma próxima cena, vemos as pessoas no esconderijo de Cid comemorando o nascimento da filha de Edda, uma das pessoas que foram resgatadas por Clive. Neste momento, Jill e Torgal olham para o céu e observam a estrela Metia se apagando. Jill interpreta aquilo como a morte de Clive (já que havia feito um pedido para que a estrela o trouxesse de volta em segurança) e desaba enquanto chora.

Fim!

Cena Pós Crédito

Depois dos créditos subirem, vemos uma cena onde presenciamos uma família morando em uma cabana no campo. O primeiro destaque da cena é uma das crianças estar esfregando duas pedras para criar fogo, confirmando para nós que o plano de Clive e Cid deu certo e agora as pessoas vivem em um mundo livre da Magia.

Em cima de mesa vemos um livro chamado “Final Fantasy”, o qual está assinado por alguém chamado Joshua Rosfield.

As crianças brincam enquanto citam trechos da história do livro, incluindo nomes como Bahamut e Ifrit.

Clive morreu no final?

Apesar do final do jogo passar a impressão de que Clive morreu petrificado naquela praia, temos alguns indícios que possam indicar que Clive, na verdade, sobreviveu. Vamos a eles:
– Sabemos que a praga era um efeito secundário da existência da Magia, que por sua vez foi criada por Ultima e seus companheiros. Com os eventos finais do jogo, podemos concluir que a Magia deixou de existir (comprovado pelas crianças criando fogo manualmente na cena pós crédito) e, sendo assim, existe a possibilidade de que a Praga não tomou Clive por completo, já que naquele momento o Éter estava voltando para o planeta e a magia que conhecíamos estava deixando de existir.
– Também na cena pós crédito vemos um livro na mesa das crianças o qual, aparentemente, conta a história que vivemos no jogo. Apenas Clive sabia da totalidade dos eventos e, consequentemente, apenas ele seria capaz de contar a história completa. O fato do livro estar assinado por Joshua pode significar que Clive assumiu o nome do irmão em sinal de respeito, como fez com Cid no passado.
– Em uma das últimas side quests Clive menciona para Harpócrates que, se um dia conseguisse cumprir com seus objetivos, não seria uma má ideia viver uma vida tranquila onde ele também pegasse a Pena e fosse se dedicar a escrita.
– A música tema do jogo se chama Moongazing, que nos remete a cena final do jogo onde Torgal e Jill estão olhando para a lua. Parte da tradução da letra da música tem os seguintes versos, como que sob o ponto de vista de Jill:
I was searching for something – Eu estava procurando por algo (Ela aguardando o retorno de Clive)
Moongazing – Observando a Lua (Vemos ela observando a lua enquanto chora ao sentir a possível morte de Clive)
Frightened by the storm – Assustada com a tempestade (Assustada com tempestade que são os eventos finais do jogo)
When you appeared to me i was so glad it was you – Quando você apareceu para mim, fiquei tão feliz por ser você (Enfim, Clive retorna para ela?)
I have no doubt this flame will never go out just like nothing ever happened – Não tenho dúvidas que essa chama nunca vai se apagar, como se nada tivesse acontecido (Reforçando que a chama de Clive vive, como se nada tivesse acontecido).
– Acredito que o motivo da estrela Metia apagar, apesar do jogo nos induzir a pensar na morte de Clive, seja na verdade devido ao fato de todos os habitantes dela terem finalmente morrido. O motivo de eu acreditar nisso é devido ao fato do jogo dar a impressão de que Metia não é uma estrela qualquer, sendo inclusive a única que possui uma entrada no livro de Harporcrates. O livro não menciona nada demais e apenas cita que a estrela é alvo de uma superstição na qual ela supostamente realiza o desejo das pessoas, mas não acho que ela seria citada em seu livro por um motivo tão trivial. Isso faria mais sentido do que uma estrela nada relacionada com os eventos do jogo se apagar misteriosamente pelo fato de Clive ter morrido, a não ser que tenha algum mistério a mais nessa história o qual ainda não sabemos.

Enfim, é apenas uma teoria e talvez nunca tenhamos uma confirmação sólida, mas confesso que alguns dos fatos indicam bastante essa possibilidade.

Ou Joshua foi quem sobreviveu?

Outra possibilidade é que na verdade, quem tenha sobrevivido tenha sido Joshua.

Antes de Clive destruir o núcleo da nave Origem, vemos ele conjurar uma magia a qual nos remete a Raise, a famosa habilidade que revive os mortos em jogos anteriores da série. Vemos, inclusive, a ferida no peito de Joshua desaparecer depois dela ser conjurada.

Este momento pode simbolizar Clive conseguindo utilizar os poderes da Fênix para ressuscitar Joshua, o que também daria um belo final para nosso querido herói, que honrou seu trabalho como o Escudo e irmão, protegendo-o até o fim de sua vida.

Onde está Leviatã?

A última peça solta do enredo de FF XVI é: Onde diabos está o oitavo Eikon, Leviatã?

O jogo não dá praticamente nenhuma informação que nos permita teorizar muito sobre o assunto, mas vale observar algumas coisas:
O termo utilizado por Joshua quando ele lê a pintura é “O Leviatã Perdido”. Isso aparenta significar que o Eikon já existiu em um momento da história (afinal, se ele nunca tivesse despertado nenhum ser humano saberia da sua existência) mas em algum momento, ele se perdeu.

O único fato que podemos ter certeza é que Leviatã e seu dominante não se encontram em Valisthea durante os acontecimentos do jogo. Se isso acontecesse, Ultima muito provavelmente o usaria como parte de seu plano para fortalecer Clive/Ifrit e não vemos em momento algum do jogo ele sequer mencionar isso.

Considerando estes fatos, vejo duas possibilidades para o Eikon perdido:
1 – Sua linha de descendentes está morta – Já sabemos que o poder para invocar Eikons começou como uma afinidade elemental cedida por Ultima a grupos específicos dos primeiros seres humanos. Esta afinidade evoluiu e chegou ao ponto onde os Eikons surgirem. Considerando isso, existe a possibilidade de que, por algum motivo, toda a linhagem que possuía o poder de Leviatã foi morta. Isso pode ter alguma relação com os 3 Cristais-Máter destruídos antes da história do jogo, dos quais dois deles nós não sabemos nada sobre o motivo de seus desaparecimentos. Na verdade, pode ser até que o dominante de Leviatã estava dentre os humanos que atacaram o cristal Dzemekys e o próprio Ultima tenha dizimado ele e sua linhagem naquele momento.

2 – Sua linhagem foi embora de Valisthea – Outra possibilidade é que a linhagem dos Dominantes de Leviatã tenham simplesmente ido embora de Valisthea. Descobrimos ao longo do jogo que existem outras terras habitadas em continentes diferentes (Valisthea é o nome dado a união dos continentes Tormenta e Cinza) então pode ser que é para lá que a tribo que possuía afinidade com o elemento da água foi. Ainda fico na dúvida se ter saído do continente seria o suficiente para este Eikon sair completamente do radar de Ultima, mas é uma possibilidade.

Para quem não sabe, Leviatã aparece também na caixa da versão de colecionador do jogo:

Yoshi P já manifestou interesse em desenvolver algum tipo de DLC ou conteúdo extra para o jogo, então é possível que veremos mais sobre o Eikon da água em breve.

Enfim pessoal, depois de gastar dois dias inteiros revendo cutscenes e lendo cada entrada do livro de Harpócrates, acredito ter, enfim, encaixado todas as peças do quebra da cabeça dessa história. E que História! Sem sombra de dúvidas uma das melhores de toda a série Final Fantasy!

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Final Fantasy XVI – Tá tudo Aqui! (Guias, Tutoriais, Farms, História, Equipamentos, Eikons e mais) - A Itinerante 16/07/2023 - 14:42

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