Future Redeemed, a última DLC de Xenoblade Chronicles 3, tinha um fardo pesado em suas costas:
A proposta era não só concluir a história de Xenoblade 3 como também unir e concluir a saga que Klaus iniciou em Xenoblade 1 e 2.
Considerando o alto nível de excelência em narrativa alcançado pelos jogos anteriores da série, essa não é uma missão fácil de ser completada. Mas será que a expansão conseguiu dar um fim digno a essa saga? Vamos falar sobre isso.
Título – Xenoblade Chronicles 3 – Future Redeemed
Plataformas – Nintendo Switch
Data de Lançamento – 25/05/2023
Desenvolvedora – Monolith Soft
Publicado por – Nintendo
História
Ao contrário das expectativas de muitos, incluindo a minha, a DLC não se concentra em preencher as lacunas deixadas por Xenoblade 3. Em vez disso, ela apresenta uma história até então desconhecida que envolve os seis fundadores das grandes casas da Cidade dos Lost Numbers.
A narrativa se desenrola logo após o ataque de N à primeira versão da cidade, e somos apresentados imediatamente a Matthew, o protagonista, e a uma misteriosa companheira que o encontra desmaiado após o ataque.
Os dois embarcam em uma jornada em busca de outros sobreviventes do terrível ataque de N, dando início a uma aventura inesperada.
O ritmo da DLC é semelhante ao do jogo principal, porém com uma história mais direta, devido ao número reduzido de capítulos. Apesar de ser menor em comparação ao jogo base, a expansão possui uma excelente duração para uma DLC, com aproximadamente 22 horas de jogo para concluir a história.
Um destaque notável é a alegria de rever alguns personagens dos jogos anteriores, inclusive filhos e descendentes deles. Presenciar a entrada de Rex e Shulk em cena, com suas falas famosas, certamente irá arrepiar os fãs da série. As referências não se limitam a isso, e os momentos finais não apenas encerram de forma interessante o arco desses personagens, mas também emocionam e despertam boas expectativas para o futuro da série.
O final é satisfatório, embora seu único problema seja a falta de atenção dada a certas lacunas que ficaram sem explicação e que poderiam ter sido abordadas na DLC. Pretendo discutir isso em um post exclusivo sobre a história.
Gameplay
A jogabilidade segue os princípios básicos estabelecidos no jogo base.
Existem os auto attacks, arts, chain attacks e fusion arts (chamadas de Ourobors Arts nesta DLC).
Uma das grandes mudanças é a ausência do sistema de classes, fazendo com que cada um dos 6 personagens possua uma classe fixa com três arts base e três extras para compor seu arsenal de habilidades em combate.
A principal mudança, no entanto, ocorre na substituição das transformações Ouroboros (acionadas pressionando a seta para a esquerda no controle) por arts especiais que são usadas em duplas. O sistema chamado “Unity” permite que você forme duplas entre os personagens, resultando em ataques especiais durante as batalhas.
Esses ataques duplos não apenas têm um poder considerável, mas também podem ser usados para finalizar combos quando o inimigo está no estado “Launch”, causando danos incríveis e ativando efeitos como Smash, Burst e Blowdown no alvo.
De maneira geral, o sistema de combate continua sendo viciante e profundo, recompensando os jogadores que passarem bons minutos otimizando equipamentos, gemas e combinações de personagens nos menus. As batalhas contra monstros de elite (Unique Monsters) e chefes merecem destaque, pois são desafiadoras na medida certa e proporcionam uma sensação satisfatória quando são vencidas.
Trilha Sonora
Como era de se esperar, a trilha sonora mantém o nível de qualidade elevado da série.
Desempenhando um papel fundamental na atmosfera, imersão e evocação de emoções durante o jogo, a experiência audiovisual vivenciada aqui é simplesmente incrível.
Durante as cenas cinematográficas, as faixas musicais estão sempre perfeitamente sincronizadas com os eventos na tela, conduzindo com maestria desde momentos de ação até situações trágicas vividas pelos personagens. É fácil se envolver emocionalmente e se emocionar durante os vídeos graças a essa cuidadosa sincronia.
Enquanto exploramos, somos embalados por excelentes músicas que dão vida à nossa jornada, tornando a exploração desses vastos mapas ainda mais prazerosa. A bela trilha sonora potencializa em dobro a experiência de percorrer esses ambientes grandiosos.
Exploração
A exploração no jogo não decepciona e, na verdade, expande conceitos e traz inovações em relação ao jogo base. Sabemos que Xenoblade é conhecido por seus mapas vastos repletos de segredos e desafios opcionais, e aqui, mesmo com um mapa relativamente menor, não há escassez desses elementos que enriquecem a aventura.
Desde montanhas nevadas até vales com plantas florescentes e lagos, a variedade de cenários é incrível, e a beleza desses ambientes me levou a passar bons minutos contemplando e tirando prints de cada cenário.
Outro fator que incentiva a exploração é o desbloqueio de diversos slots de equipamentos e habilidades dos personagens por meio de “kits” encontrados em baús espalhados pelo mapa. Dessa forma, as recompensas por explorar têm um impacto ainda maior na jogabilidade, e cada canto secreto descoberto resulta em um aumento de poder para os personagens.
Customização e Collectopaedia
Aqui foi onde encontrei minha maior surpresa nesta DLC. O que essa expansão realizou (e com muito sucesso, devo dizer) foi integrar completamente o sistema de exploração ao sistema de evolução dos personagens.
Aqui, além de evoluir os personagens pelos métodos tradicionais, como combate e missões secundárias, é necessário obter AP (Affinity Points) para desenvolver as arts, adquirir novas habilidades e desbloquear o verdadeiro potencial de cada personagem.
Para obter esses Pontos de Afinidade, devemos preencher uma espécie de enciclopédia, que é concluída ao descobrir as regiões dos mapas, enfrentar monstros únicos, concluir missões secundárias, derrotar uma certa quantidade de cada tipo de monstro existente nas regiões, entre outras atividades relacionadas a combate e exploração. Basicamente, qualquer atividade desse tipo recompensará você com APs quando uma determinada meta for alcançada. Esse sistema funciona de forma extremamente satisfatória, a ponto de eu sentir falta de algo semelhante no jogo base.
O jogo praticamente implora para que você alcance 100% de conclusão, e desta vez não é apenas pela satisfação de completar todo o conteúdo disponível, mas também para maximizar as habilidades de combate dos seus personagens.
Pós Game
O post game ficará por conta de completar a enciclopédia do jogo, o que basicamente induz o player a concluir 100% de todas as atividades. Além do mais, existem também poderosos super bosses para serem enfrentados e fazer jus a todo o poder de combate que os personagens podem adquirir.
É um basicão, mas um basicão bem feito o qual eu fiquei satisfeito em empolgado enquanto concluía, sem nem estar perto de estar enjoado quando finalmente terminei.
Conclusão
Future Redeemed é uma DLC que oferece um final satisfatório para Xenoblade Chronicles 3. Embora não preencha todas as lacunas deixadas pelo jogo base, a história cativante e os momentos emocionantes tornam a experiência valiosa. A jogabilidade profunda e viciante, a trilha sonora de alta qualidade e a exploração recompensadora contribuem para uma experiência envolvente.
Se você é fã da série, essa expansão é uma adição imprescindível à sua jornada em Xenoblade Chronicles 3.