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The Legend of Heroes

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Trails to Azure – Uma sequência épica que aperfeiçoa tudo em Trails from Zero

by A Itinerante 04/08/2025
Escrito por A Itinerante

Se você jogou Trails from Zero e ficou com aquela sensação de que a história ainda tinha muito a entregar, Trails to Azure chega para amarrar todas as pontas e elevar a experiência a um novo nível. Com um enredo ainda mais intenso, personagens que brilham do início ao fim e um sistema de combate refinado, esse RPG prova que a série Trails sabe como contar uma história épica e construir um mundo vivo e cativante.

Neste artigo, vamos analisar tudo o que faz de Trails to Azure um dos RPGs mais marcantes da franquia.

Versão em vídeo da análise:


Trails to Azure

Plataformas: Playstation 5, Playstation 4, Nintendo Switch e PC via Steam
Data de Lançamento: 29 de setembro de 2011 / 14 de Março de 2023 (Inglês)
Gênero: RPG de Turnos
Desenvolvedora: Nihon Falcom


História e Enredo

Trails to Azure se passa imediatamente após os eventos de Trails from Zero, onde nosso grupo de jovens policiais revelou segredos sombrios sobre a cidade de Crossbell. Na análise anterior, mencionei como o jogo me deixou com a sensação de ser mais uma grande introdução do que uma história autônoma. Ele estabelece um cenário rico para uma sequência — e essa impressão se confirma aqui.

Desta vez, temos um ritmo muito mais envolvente, com uma trama que define melhor sua direção desde o início, evitando que o jogador fique tanto tempo no escuro como acontecia anteriormente.

A história gira em torno da chegada de uma facção de mercenários chamada Red Constellation a Crossbell, coincidindo com eventos políticos de grande impacto envolvendo os líderes locais e as nações vizinhas, Erebonia e Calvard. Aos poucos, esses acontecimentos recentes, junto com algumas pontas soltas do primeiro jogo, se unem e revelam mistérios tão importantes que colocam o mundo inteiro em risco — com consequências que reverberam até nos próximos jogos da série.

A consequência dessa narrativa mais bem direcionada é que, mesmo com as surpresas, a trama se torna mais clara, deixando evidentes os grandes mistérios e conflitos. Isso facilita a imersão e torna a narrativa ainda mais empolgante.

O elenco de personagens, um dos pontos altos do primeiro jogo, continua brilhante aqui. Cada personagem principal tem seu desenvolvimento aprofundado de forma bem estruturada, enquanto figuras antigas retornam e novos personagens são introduzidos de maneira orgânica e natural. Todos têm seus momentos para brilhar — e é impressionante como um jogo com um elenco tão extenso consegue dar desfechos satisfatórios para praticamente todos.


Jogabilidade

A jogabilidade se baseia no primeiro jogo, sem grandes mudanças estruturais. O combate por turnos continua presente, com Arts e Crafts que devem ser utilizadas estrategicamente para aplicar buffs, debuffs e causar dano massivo. As animações continuam belas (considerando a idade do jogo), e as batalhas seguem dinâmicas, rápidas e estratégicas.

O brilhante sistema de Quartz também está presente — e eu fico muito feliz por isso. Já mencionei isso antes, mas faço questão de citar novamente: é como se alguém tivesse pegado o sistema de Materias da série Final Fantasy e evoluído para uma versão 2.0. A quantidade de builds possíveis é impressionante, e novos Quartz foram adicionados, criando ainda mais possibilidades de customização.

Um exemplo são os Quartz que permitem que, após conjurar uma magia de determinado elemento, o personagem ganhe um turno extra. Isso possibilita criar magos extremamente poderosos ao longo do jogo. É um sistema rico e divertido, e sempre fico ansioso para ver como irá evoluir nos próximos títulos da série.

A principal adição em Azure é o sistema de Master Quartz: pedras especiais que concedem habilidades e efeitos únicos aos personagens. Elas podem ser evoluídas, garantindo bônus de status, efeitos passivos e até novas habilidades. Algumas aumentam a cura, outras tornam o personagem um verdadeiro tanque que atrai ataques, e há ainda aquelas que garantem buffs poderosos no início das batalhas. É uma melhoria simples, mas extremamente eficaz, que permite maior especialização e personalização dos personagens.

A exploração segue o padrão do primeiro jogo: um mundo linear, mas com caminhos alternativos que escondem baús, monstros opcionais e missões secundárias. No entanto, minha crítica vai para a reciclagem de cenários. Sabemos que a história ainda se passa em Crossbell e seus arredores, mas teria sido interessante explorar novas micro-regiões para quebrar a sensação de familiaridade excessiva. A repetição de mapas e inimigos poderia ter sido minimizada com uma maior variedade.

Ainda assim, a base sólida da jogabilidade faz com que a diversão permaneça intacta. Um ponto que merece destaque é o aumento na dificuldade, especialmente nos chefes. Muitas vezes precisei refazer lutas, reorganizar meu grupo e bolar estratégias mais refinadas para superá-los. Isso obriga o jogador a utilizar todo o potencial do sistema de combate, elevando a experiência a um novo patamar.

Assim como no primeiro jogo, temos um sistema de pontuação semelhante ao da série Tales of. Ao acumular pontos durante a jornada, podemos desbloquear galerias de imagens, vídeos, artworks e até bônus para o New Game+.

Falando nisso, o New Game+ introduz os superbosses do jogo — cinco chefes exclusivos que, ao serem derrotados, desbloqueiam um último desafio absurdamente difícil. Essas batalhas representam o verdadeiro endgame e exigem personagens no nível máximo, os melhores equipamentos e estratégias bem refinadas.


Conclusão

Se ainda não ficou claro: Trails to Azure é um RPG absolutamente fantástico.

A narrativa supera a de Trails from Zero, com ritmo bem ajustado, personagens envolventes e uma dose generosa de mistérios e reviravoltas inesquecíveis. O sistema de combate, embora familiar, é aprimorado com a adição dos Master Quartz, tornando a customização de builds ainda mais divertida e estratégica.

É um RPG completo que, apesar da aparência simples, é surpreendentemente moderno em diversos aspectos. Na verdade, se mostra mais completo do que muitos RPGs de grandes franquias lançados atualmente.

Se você gosta de RPGs de turno, pode colocar Trails to Azure na sua lista sem medo — é uma experiência obrigatória para qualquer fã do gênero.


🔍 Pontos Fortes e Fracos

✔️ Pontos Fortes❌ Pontos Fracos
Narrativa envolvente com ritmo consistenteCenários e inimigos reciclados
Elenco de personagens carismático e bem desenvolvidoPoucas novidades visuais
Sistema de combate estratégico com grande liberdade de buildExploração linear pode cansar após o primeiro jogo
Master Quartz adicionam profundidade sem complicarNecessário ter jogado o anterior para aproveitar totalmente
04/08/2025 0 comment
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Trails from Zero – Dicas Para Aproveitar Melhor este super JRPG

by A Itinerante 23/11/2023
Escrito por A Itinerante

Versão em vídeo (versão em texto logo abaixo):

Entrar na série The Legend of Heroes não é tarefa fácil, especialmente devido à vasta quantidade de jogos envolvidos e suas histórias interligadas.

Conforme destaquei na minha análise sobre Trails from Zero, se este for seu primeiro contato com a série, há detalhes interessantes que podem ampliar sua experiência neste jogo notável.

1 – Tenha paciência com a narrativa

Se você é fã de RPGs, já deve estar familiarizado com histórias longas que demoram, às vezes, mais de 10 horas para engrenar. A narrativa de Trails from Zero é ainda mais cadenciada, e você passará boa parte da história atuando como um simples policial resolvendo crimes em uma pequena cidade. O grupo de personagens é incrível, e a qualidade da escrita torna esses momentos monótonos ainda assim divertidos o suficiente para embalar a aventura. A recompensa vem com um desfecho empolgante que deixará você ansioso por mais jogos da série.

2 – Entendendo o sistema de Orbment, Quartz e Sepith

Demorei um bom tempo para realmente entender o sistema de equipamento e customização do jogo, então estou aqui para facilitar sua vida e te ajudar a aproveitar mais este excelente sistema de combate desde o início.

Cada personagem possui em sua arma uma tecnologia chamada “Orbment”, na qual existem slots onde podemos equipar “Quartz” para aprimorar as habilidades de combate daquele personagem.

Basicamente, é um sistema de Materia mais avançado, onde os Quartz equipados nos slots dos personagens melhoram seus atributos e desbloqueiam novas habilidades.

Antes de prosseguir, é bom deixar claro também a definição de Sepith. Do ponto de vista da história, Sepith é a forma “crua” dos cristais elementais que são encontrados na natureza. Eles podem ser trabalhados e condensados para serem transformados em “Quartz” e você irá dropá-los dos monstros.

Você utilizará Sepith para, basicamente, duas coisas:
Desbloquear e melhorar os slots de Quartz de cada personagem e trocará determinadas quantidades por Quartz em algumas lojas. Minha dica aqui é priorizar desbloquear os slots dos personagens. É importante observar também que após determinado ponto do jogo, você encontrará alguns Quartz que só poderão ser inseridos nos slots que você der upgrade.

A loja Orbal Store Genten, localizada na Central Square em Crossbell, é o principal local para essas transações.

Agora sim vamos falar um pouco mais sobre suas gemas de Quartz.

Elas serão a forma que você terá para customizar seu grupo e seus personagens. Equipar Quartz poderá ter três efeitos:

  • Desbloquear habilidades diretamente;
  • Aumentar os atributos;
  • Reforçar o valor elemental do personagem.

Os dois primeiros efeitos são simples, mas entender o terceiro leva um pouco mais de tempo.

Observe que cada Quartz possui um valor elemental associado a ele.

Esse valor está relacionado a forma com que você irá desbloquear habilidades em seus personagens.

Acessando o Journal e indo até Lists você encontrará uma lista de todas as habilidades do jogo e saberá qual valor elemental precisa alcançar para ter aquela habilidade disponível naquele personagem.

Além disso, observe que os slots dos personagens formam 2 ou 3 linhas e a soma elemental necessária para ativar uma habilidade deve estar em apenas 1 linha (não conta se você tiver 2 de vento em uma linha e 4 de vento em outra).

3 – Venda Sepith em excesso para conseguir dinheiro

Não existe motivo para acumular Sepith em números extremos. Se você é como eu e sempre luta bastante enquanto avança pelo jogo, sempre que retornar a cidade terá Sepith o suficiente para fazer upgrade nos slots dos seus personagens e comprar os Quartz que desejar para montar suas builds. Além disso, é consideravelmente fácil farmar Sepith (independente do elemento) graças a função de acelerar o jogo e a facilidade de encerrar combates rapidamente acertando os inimigos por trás. Sendo assim, o que eu considerava era sempre manter algo em torno de 800 de cada tipo e vendia o excesso.

Outro ponto interessante é que se você for até áreas onde os inimigos estão em nível muito abaixo do seu, você consegue derrotá-los acertando-os 2x no campo, sem precisar entrar em batalha. Derrotando-os dessa forma você não receberá EXP, mas poderá farmar Sepith rapidamente.

4 – Farmando EXP

É relativamente fácil de upar em Trails from Zero e o único segredo é acelerar o jogo, ir a qualquer mapa de maior nível o possível e acertar inimigos por trás. Iniciando as lutas com essa vantagem, irá resultar em um ataque em conjunto logo no começo da batalha em 99% das vezes.

Caso você consiga finalizar a luta em 1 turno e esteja enfrentando monstros de nível adequado ao seu, você irá farmar exp rapidamente e sem cansaço.

5 – Se estiver pensando em platinar, siga um guia desde o início

O jogo possui MUITOS troféus perdíveis, inclusive um onde seus personagens precisam estar no level 40 ou abaixo disso ao derrotar o boss final. Sendo assim, caso seja um platinador, acompanhe um guia como este aqui desde o início da sua jogatina.

6 – Identificando fraquezas e resistências Elementais dos alvos

É importante considerar que os monstros possuem fraquezas elementais, e acertá-los com essas fraquezas pode ampliar consideravelmente a quantidade de dano causado.

Para entender essas fraquezas, basta utilizar a habilidade “Analyze” da Tio ou o item “Battle Scope” no inimigo para exibir seu painel de forças e fraquezas.

No painel de “Elemental Eff:” você poderá fazer a seguinte leitura:
– Elementos cujo valor estiver em 100% são neutros e causaram dano padrão;
– Elementos abaixo de 100% serão menos eficazes. Ex.: Caso o indicador mostre 75 na barra verde, quer dizer que ataques de ventos causarão apenas 75% do dano naquele alvo.
– E, por último, elementos cujo valor estiver acima de 100% apresentam as fraquezas daquele alvo. Caso o valor se 200, por exemplo, o dano causado com aquele elemento será dobrado.

7 – Fique atento aos bônus dos turnos

Ao observar a barra de ordem de turnos, por vezes você verá alguns ícones na frente do retrato dos personagens demonstrando que, naquele momento, algum efeito especial estará ativo.

Alguns exemplos importantes são:
Team Rush – um ataque em grupo em área consideravelmente poderoso;

Critical – A ação que for executada naquele turno terá seu efeito aumentado em 1.5x;

Rush – Você ganhará um novo turno logo após agir;

Deathblow – Ataques e Crafts que acertarem irão matar o alvo;

É importante lembrar que todos estes efeitos também podem ativar para os inimigos, então fique atento a barra de ação para se preparar de acordo com a situação.

8 – S-Breaks podem ser utilizados fora do turno daquele personagem

Este é só um lembrete de que os S-Breaks (ataques especiais executados apertando X quando a barra de CP do personagem estiver acima de 100) podem ser executados fora do turno do personagem.

Basta segurar X e um novo menu aparecerá onde você poderá selecionar com qual personagem executar o especial, independente de ser ou não o turno dele. É importante considerar também que os bônus especiais citados no item anterior valerão aqui, então use isso a seu favor. É importante lembrar também que o dano causado pelos S-Breaks é maior caso o CP do personagem estiver no máximo (200).

9 – Tradução dos atributos principais dos personagens

Por último, gostaria de deixar aqui uma rápida tradução de cada um dos atributos principais de cada personagem para te auxiliar na escolha do que melhorar em cada personagem:

HP – Hit Points (Pontos de Vida) – Personagem será derrubado e não participará das lutas caso seu HP chegue em 0;
EP – Energy Points (Pontos de Energia) – Energia armazenada dentro do Orbment. São utilizados para executar Arts;
CP – Craft Points (Pontos de Habilidade) – Pontos necessários para utilizar Crafts. Você conseguirá obtê-los causando ou recebendo dano durante as lutas;

STR – Strength (Força) – Aumenta o dano físico causado;
DEF – Defense (Defesa) – Diminui o dano físico recebido;
ATS – Magic Strength (Força Mágica) – Aumenta o dano causado por Arts;
ADF – Magic Defense (Defesa Mágica) – Diminui o dano recebido de Arts;
SPD – Action Speed (Velocidade de Ação) – Diminui o tempo entre turnos;
DEX – Dexterity (Destreza) – Aumenta a chance dos seus ataques acertarem;
AGL – Agility (Agilidade) – Aumenta a chance de se esquivar de ataques;
MOV – Movement (Movimento) – Indica o alcance de movimento do personagem em um turno;
RNG – Attack Range (Alcance de Ataque) – Representa a distância que os ataques poderão alcançar.

10 – Tradução dos Buffs e Debuffs

Poison – Pequeno dano é causado no final do turno;
Burn – Grande dano é causado no final do turno;
Freeze – Perde o turno e recebe dano mediano ao final dele;
Seal – Personagem afetado não poderá utilizar ataques, Crafts ou S-Crafts;
Mute – Personagem afetado não poderá usar Arts;
Blind – Reduz grandemente a DEX e AGL do personagem afetado;
Sleep – Personagem afetado perde o turno. Todo dano recebido será crítico;
Faint – Personagem afetado perde o turno. Todo dano recebido será crítico;
Confuse – Personagem atacará inimigos e aliados sem distinguir entre eles;
Petrify – Personagem afetado perderá o turno e possui 30% de chance de morrer instantaneamente ao ser atacado;

Stealth – Inimigos não poderão selecionar este alvo. Os ataques causados pelo personagem afetado serão sempre Críticos;
Physical Immunity – Anula o próximo ataque físico recebido;
Magic Reflect – Reflete o próximo ataque mágico recebido;
Complete Immunity – Anula o próximo ataque recebido;
HP Regen – Restaura um pouco de HP a cada turno;
CP Regen – Restaura um pouco de CP a cada turno;
Deathblow – Mata instantaneamente.

É isso pessoal. Espero que as dicas sejam úteis e até a próxima!

The Legend of Heroes – Trails From Zero

Plataforma Original: PSP
Plataforma Remaster: Playstation 4, Nintendo Switch, PC
Data de Lançamento: 27/09/2022
Gênero: RPG por Turnos
Desenvolvedora: Nihon Falcom

23/11/2023 0 comment
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Trails From Zero – Meu Primeiro Contato com Essa Famosa Série

by A Itinerante 06/11/2023
Escrito por A Itinerante

Versão em Vídeo (versão em texto mais abaixo):

Há alguns anos, enquanto navegava pelo vasto mundo do YouTube, me deparei com um breve vídeo de gameplay de um jogo que chamou muito minha atenção: Trails From Cold Steel III. O vídeo exibia um combate por turnos repleto de potencial e um visual nostálgico que evocava os grandes JRPGs da era do PlayStation 2. Essa apresentação despertou meu interesse, e decidi mergulhar mais fundo na série.

Para minha surpresa, descobri que se tratava de uma longa franquia chamada “The Legend of Heroes,” que já contava com mais de 8 títulos, todos interligados e recomendados para serem jogados em ordem a fim de compreender plenamente a história.

Atualmente, a franquia possui três arcos concluídos e está iniciando um novo com a série Kuro No Kiseki. Os arcos já finalizados incluem:

– Trails in the Sky, composto por 3 jogos: Trails in the Sky, Trails in the Sky SC e Trails in the Sky the 3rd.

– O Arco de Crossbell, composto por Trails from Zero e Trails to Azure.

– O Arco de Cold Steel, que conta com Trails From Cold Steel I, II, III e IV.

Essa revelação, infelizmente, desanimou um pouco meu entusiasmo pela série. O desafio de atravessar uma sequência de 9 jogos não seria fácil, especialmente considerando minhas limitações de tempo pessoal e a constante inundação de novos jogos que têm surgido nos últimos meses.

No entanto, minha perspectiva começou a mudar quando, neste ano, foi lançado mais um jogo da série, chamado Trails Into Reverie.

Com uma proposta ambiciosa de unir e concluir os três arcos anteriores, um sistema de combate que parecia próximo da perfeição e um vasto elenco de personagens jogáveis, o jogo recebeu inúmeros elogios de canais especializados, principalmente aqueles focados em RPGs. Mais uma vez, minha vontade de explorar a franquia foi reavivada.

Assim, decidi encontrar um ponto de entrada adequado e comecei a jogar Trails from Zero, que é o foco desta análise.

Como mencionei anteriormente, Trails from Zero não é o primeiro jogo da franquia. Antes dele, existe o arco de Trails in the Sky, que é composto por 3 jogos. Como eu desejava acelerar meu progresso na série, encontrei recomendações de que Trails from Zero era um ponto relativamente acessível para iniciantes e procurei um resumo online da trama dos três jogos anteriores (infelizmente, não encontrei nenhum que fosse lá muito bom). Assim, iniciei minha jornada no arco de Crossbell.

O jogo foi originalmente lançado para PSP em 2010 e recebeu uma versão remasterizada para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC em setembro de 2022. Optei pela versão para Nintendo Switch, que, aparentemente, oferece um visual superior em comparação à versão de PS4 (chocado lol).

Depois de cerca de 50 horas, concluí minha primeira aventura em Crossbell, e é sobre essa experiência que vou discutir a seguir. Vamos lá!

Trails from Zero se passa em Crossbell, uma cidade-estado situada entre os dois maiores impérios do mundo do jogo: o Império de Erebonia e a República de Calvard. Com uma tensão constante entre esses dois poderes, Crossbell tornou-se um local “neutro” disputado por ambas as nações.

O protagonista dessa história é um jovem chamado Lloyd Bannings, um aspirante a detetive que sonha em seguir os passos de seu irmão e se tornar um grande policial. Lloyd é convocado para se juntar a um grupo com outras três pessoas que formarão uma nova unidade da polícia em Crossbell, chamada Special Support Section. Essa unidade tem a missão de lidar com pedidos menores dos cidadãos da cidade e, assim, melhorar a relação entre a polícia e a população, que anda bastante desgastada ultimamente.

Os outros três membros principais do grupo são: Elie MacDowe, herdeira de um influente político local; Randolph “Randy” Orlando, um ex-soldado; e Tio Plato, uma jovem prodígio especializada em tecnologia.

À medida que a história se desenrola, descobrimos que, apesar da aparência de felicidade e prosperidade em Crossbell, a cidade sofre com sérios problemas de corrupção, máfias e crimes ocultos. O jogo explora extensivamente o cenário político da cidade e dedica uma parte considerável de sua duração a explicar o funcionamento dela.

Aqui está o meu primeiro problema com Trails from Zero: o ritmo da história. A maioria dos JRPGs que já joguei podem ser divididos em duas partes: uma introdução ao universo do jogo que serve como pontapé inicial para aventura e uma segunda parte em que a verdadeira trama se desenrola. Meu problema com Trails from Zero é a quantidade excessiva de tempo dedicada à primeira parte, a ponto de eu questionar se haveria um plot maior em algum ponto. Passamos inúmeras horas vivendo a rotina policial, resolvendo pequenos crimes na cidade, procurando livros perdidos em bibliotecas e até mesmo participando de corridas com gangues criminosas (sim, eu sei o quão estranho isso pode parecer). Chegou a um ponto em que essas atividades se tornaram monótonas e a falta de “grandes momentos” na história fez com que partes da jornada parecessem arrastadas e sem propósito, quase como um “Simulador de Policial”, por assim dizer.

No entanto, o elenco de personagens principais é brilhante e torna a experiência muito mais interessante. A dinâmica entre eles e suas personalidades cativantes tornaram a jornada consideravelmente mais divertida, e espero ver mais deles nos próximos jogos da série.

No final das contas, há, de fato, um enredo maior que se desenrola, e ele é muito interessante. Quando todos os pontos se conectaram, percebi que muitos eventos que inicialmente pareciam sem importância estavam ligados a algo maior que estava ocorrendo nos bastidores. Os eventos finais do jogo são embalados em muita ação e revelações impactantes, e foi, sem sombra de dúvidas, o momento em que mais me senti entretido com a história. No entanto, isso não altera o fato de que a jornada se arrasta em um ritmo que raramente encontrei em um outro jogo, e eu teria aproveitado mais se o ritmo fosse melhor trabalhado.

Vale citar também que houve momentos em que personagens da trilogia anterior fizeram aparições, e, embora eu os reconhecesse, entendi que esses momentos provavelmente teriam um significado maior para aqueles que jogaram corretamente os três primeiros jogos.

Gameplay

Minha maior surpresa neste jogo foi o sistema de combate e a customização dos personagens, que eram mais profundos do que eu esperava de um jogo relativamente antigo e para PSP.

Vamos começar com a customização. O jogo apresenta um sistema de equipamentos básicos e um sistema chamado Quartz, no qual equipamos gemas para obter habilidades especiais e aumentos de status. O sistema Quartz lembra o sistema de Matérias de Final Fantasy VII, porém é mais complexo e estratégico.

Cada Quartz equipado possui um valor elemental, e as habilidades disponíveis para um personagem dependem da soma dos valores elementais dos Quartz equipados nele. Esse sistema oferece uma liberdade interessante na customização dos personagens, permitindo criar personagens voltados para cura, suporte, dano físico ou mágico, de acordo com a preferência do jogador.

Além das habilidades fornecidas pelo Quartz, cada personagem possui habilidades especiais chamadas Crafts. Essas habilidades são únicas para cada personagem e são aprendidas automaticamente à medida que eles evoluem. Conforme o jogo avança, também são desbloqueados Crafts Especiais que podem ser executados individualmente ou em dupla, oferecendo momentos visuais divertidos e são muito poderosos.

O combate funciona com base em turnos, permitindo que os jogadores movimentem os personagens pelo campo de batalha e usem habilidades que podem afetar alvos individuais ou áreas específicas. É um sistema estratégico, divertido e viciante, e estou ansioso para ver como ele evolui nos próximos jogos da franquia. Os monstros aparecem no mapa, e você pode tentar atacá-los por trás para obter vantagem na luta.

E, como é comum nos remasters atuais, o jogo oferece um modo turbo que acelera toda a jogabilidade. Isso torna momentos de exploração e coleta de recursos mais ágeis e evita as demoras comuns em jogos mais antigos.

Exploração

A exploração em Trails from Zero segue o padrão típico de jogos desse tipo. Embora não decepcione, também não surpreende de forma significativa. Você pode atravessar vários mapas e, às vezes, desviar do caminho principal para encontrar baús com equipamentos e enfrentar monstros opcionais.

Os mapas são visualmente atraentes e divertidos de explorar e ambientação sempre passa a sensação de que estamos em um mundo amplo onde estamos vendo apenas uma porção dele. Isto funciona bem para criar expectativa para os próximos jogos da franquia.

Side Quests

As missões secundárias do jogo funcionam por meio de pedidos de ajuda dos habitantes da cidade. A maioria delas é acessada através de um terminal de polícia, o que facilita o processo para identificarmos elas. No entanto, há casos de algumas que são mais “escondidas” e requerem que você interaja com NPCs específicos em momentos específicos, que não são sinalizados no mapa. Como o jogo segue uma abordagem mais antiga, há conteúdo perdível que não é indicado em local algum, como conversar com um NPC aleatório várias vezes para desbloquear um equipamento ou item. Por falta de paciência para completar 100% do jogo com o auxílio de um guia, optei por focar nas missões que consegui identificar e concluir.

Pós Game

O jogo não oferece atividades exclusivas de pós-jogo, mas você pode continuar ganhando experiência para aprimorar seus personagens e coletar os melhores equipamentos antes de enfrentar a batalha final. O que o jogo proporciona é um sistema de conquistas, onde determinadas realizações concedem pontos que podem ser usados em uma loja especial após concluir o jogo. Essa loja oferece itens como artworks, cinematics e até mesmo a opção de começar um novo jogo+ com alguns de seus itens e estatísticas mantidos.

Conclusão

Trails From Zero desempenhou bem seu papel ao me introduzir ao universo da série The Legend of Heroes. Apesar de seu problema significativo no ritmo da história, os personagens cativantes e a jogabilidade tática repleta de opções de customização deixaram uma impressão geral positiva. Já estou empolgado para jogar os próximos títulos da série, e algum dia espero chegar aos mais recentes.

E confirmando aquilo que outras pessoas podem ter dúvida: Trails From Zero é, de fato, um ponto de entrada sólido para quem deseja conhecer mais sobre a série. Apesar de você possivelmente perder uma ou outra referência ao arco anterior, caso queira encurtar seu caminho adentrando nesta série este talvez seja o melhor lugar para começar.

E que venha agora Trails from Azure!

The Legend of Heroes – Trails From Zero

Plataforma Original: PSP
Plataforma Remaster: Playstation 4, Nintendo Switch, PC
Data de Lançamento: 27/09/2022
Gênero: RPG por Turnos
Desenvolvedora: Nihon Falcom

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