Eu queria ter escrito um post com minhas primeiras impressões, de acordo com meu costume, mas foi impossível parar de jogar para escrever. Nestas duas semanas desde que Dragon Quest XI foi lançado eu comi, bebi, dormi e respirei o jogo, só parando quando realmente necessitava. E somente agora com o jogo finalizado me sinto liberada para escrever. Talvez isto já seja a resposta a pergunta do título, mas para aqueles que gostam das coisas bem claras: não. Dragon Quest XI não é bom. Ele é muito mais do que bom. É excepcionalmente bom!

Finalizei o jogo com 125 horas. Explorei, upei e segui a história. Não fiz as quests opcionais, exceto algumas no pós game, para armas e equipamentos que julguei essenciais para lidar com o final boss do pós game.

HISTÓRIA

No início achei a história superficial e clichê: o herói que nasce predestinado a lutar contra o vilão e libertar o mundo do mal. E que em seu caminho vai encontrando pessoas que se juntam a ele. Depois mudei minha visão completamente. A história deste jogo é impressionante, cheia de indas e vindas, reviravoltas e acontecimentos totalmente inesperados e imprevistos. Ela me aturdiu e confundiu em vários momentos e só ao finalizar o jogo é que pude contemplar e entender toda sua grandeza, profundidade e beleza.

As histórias paralelas (e são muitas) são incríveis. Começam com uma pequena quest e vão, vão, vão. Acabam se tornando uma história inteira à parte. E lindas!!!

Ela é – sem dúvida alguma – uma das mais longas que já joguei. É tanta história, mas tanta, tanta!!! E tudo tem um sentido, uma conexão lógica. Todos os acontecimentos se encaixam para juntos formarem o todo. É emocionante em alguns momentos (sim, eu chorei), engraçado em outros, tenso, alegre, triste. Tem de tudo um pouco. Para contentar gregos e troianos.

PERSONAGENS

Os personagens tem todos sua própria história e características de personalidade. Verônica, esta menina de vermelho tem a personalidade mais marcantes de toda a equipe. Minha favorita. Sylvando é ridiculamente engraçado. Os outros não fazem feio, apesar de não brilharem tanto quanto estes dois.

Agora o herói é decepcionante por ser mudo. Isto me incomodou durante todo o tempo. Todos falam, tem dublagem e balõezinhos. Ele não. Completamente mudo. Podem dizer que é uma característica da série e entendo isto, apesar de não deixar de me incomodar e muito. Porque ele parece completamente sem personalidade. Ah, sei lá. É muito esquisito isto. Não gostei.

Os personagens podem equipar uma ou duas armas (a maior parte pode usar duas armas, exceto se optar por armas de duas mãos) ou pode equipar uma arma e um escudo. Em termos de equipamentos podem usar uma roupa (ou armadura ou robe) e um artefato na cabeça. E dois acessórios. Existem algumas roupas que alteram a aparência do personagem no jogo. São várias opções para cada um deles, algumas bem engraçadas, como esta de gatinho da Verônica.

Cada personagem tem sua própria bag de itens, com quantidade limitada e também existe uma bag geral ilimitada, uma bag de equipamentos e outra de itens importantes. Isto é clássico na série, mas é idiota e horrível. Perdemos muito tempo organizando todas estas bags, porque em uma luta, cada personagem só pode usar os itens que estiverem em sua bag. Se você tem uma Yggdrasil Leaf que revive personagens e ela está na bag do personagem morto ou na bag geral, você não poderá usar. Não faz qualquer sentido!

MUNDO
É tanta cidade, tanto mapa, que chegou um ponto em que comecei a ficar com medo de encontrar novas cidades. Cada uma maior do que a anterior. E mapas e mais mapas e mais mapas. Ainda deixei lugares que nem cheguei a ir. Para explorar toda esta vastidão o jogo oferece teletransporte, cavalos, navio e airship. A airship deste jogo é sensacional! Diferente de qualquer outra que você possa ter visto. Amei!!!
Depois de Zelda não me conformo mais em não poder fazer tudo que quiser em um mapa: subir em qualquer parede ou árvore, interagir com o ambiente. Senti falta disto no jogo. Tem lugares onde bastava um pulinho para chegar do outro lado e você é obrigado a dar toda uma volta. lol
Os mapas e as cidades são incrivelmente bem feitas, bonitas e diferenciadas. As cidades com lojas, hotéis, igrejas e muitas casas para entrar e coletar itens ou ler livros. Através da leituras destes livros vermelhos espalhados pelo mundo aprendemos receitas para novas armas, equipamentos e acessórios que podem ser forjados. Existe uma quest que consiste em encontrar e atirar em 5 alvos espalhados em cada região e que recompensa com pontos de skill. 
Existem dois casinos no jogo onde é possível trocar os pontos ganhos nas maquininhas por itens e equipamentos importantes.
Cada nova cidade tem novas armas e equipamentos. Haja gold!!! Eu estive totalmente sem dinheiro a maior parte do tempo. Por isto lutei muito. As lutas recompensam com bastante gold, além de itens. O que torna a upagem mais interessante.
Existem várias quests nas cidades. Não as achei particularmente interessantes e a maior parte é mesmo chata de ser realizada, com recompensas não tão atrativas. No pós game elas se tornam mais interessantes tanto no formato quanto nas recompensas.
AVISO: não venda NENHUM item. Você pode precisar deles para forjar armas ou equipamentos. Só venda itens, armas e equipamentos que pode comprar nas lojas. 
MONSTROS E BOSSES
Os monstros são um show à parte neste jogo. São lindos demais!!! Todos, sem exceção! Alguns simpáticos e cutes, outros assustadores e imensos! E é um prazer reencontrar os ícones da série: slime, metal slime, os gigantes, etc.
E em algumas áreas podemos montar nos monstros que aparecem com um brilho diferente dos demais. Utilizamos estas montarias para acessar áreas de difícil acesso. Alguns podem voar, outros podem escalar paredes e outros dar pulos, etc…
A maior parte dos bosses do jogo são monstros especiais de histórias paralelas. Lutamos com os vilões poucas vezes durante a história, mais no final mesmo. 
As lutas começam fáceis e vão se dificultando a cada uma. Eu pensava estar overpower porque upei demais e que me decepcionaria com a facilidade das lutas finais. Ledo engano. Cheguei no final boss com lvl 75 e não consegui. Tive que pesquisar estratégia. Depois que entendi como fazer ficou fácil, mas matar na porrada mesmo… Difícil. 
Mas, para ser bastante sincera, este foi o único que me deu mais trabalho. Se você quiser aumentar o grau de dificuldade, tome cuidado com a upagem.
SISTEMA DE COMBATE
Em minha opinião, Dragon Quest XI resolveu muito bem a questão da upagem ao conciliar o sistema de turnos clássico com a opção de ataques automatizados pela UI. Desta forma simplifica e agiliza o que era um torturante e lento processo no sistema de turnos clássico. Podemos configurar cada personagem para atacar automaticamente (e existem algumas opções de perfis de ataque) ou para seguir nossas ordens. Eu deixava no automático para mobizinhos e alternava para o manual somente nas lutas com bosses. 
Nas lutas podemos escolher entre ataque normal, uso de spells (magias) ou de abilities (técnicas), além dos especiais chamados de Pep Powers, quando os personagens ficam brilhando com uma luz azul.
Tanto as magias, quanto as habilidades ou os especiais nos fazem salivar. Todas as magias clássicas estão no jogo e os especiais podem ser utilizados apenas pelo personagem ou em conjunto com 2 ou 3 outros personagens. E são muitos e com cut scenes fantásticas!
Mas as spells e habilidades não ficam atrás. A Verônica, por exemplo, tem uma habilidade chamada Channel Anger que aumenta a força de suas spells em uns não sei quantos mil por cento. Depois de utilizar esta habilidade é só utilizar a spell Magic Burst e admirar o estrago geral. O Erik tem uma habilidade chamada Divide em que ele se divide em 3 e outra habilidade chamada Critical Claim, que assegura um hit crítico. É lindo de se ver!
Durante todo o jogo estamos babando por mais pontos de skill para liberar outras spells, habilidades e pep ups.
A árvore de skills é enlouquecedora! Todos os personagens podem usar duas armas diferentes (alguns mais de duas) e temos que escolher uma delas no início, pois os pontos de skill são obtidos a cada level que o personagem ganha. No início 2 pontos de skill a cada level e vai aumentando o número.
Além das skills das armas que podemos liberar, também existem skills de personalidade, se posso chamar assim, que acentuam a vocação de cada um. O herói, por exemplo, tem skills de Luminary que são poderes especiais que somente ele possui e também pode aprender skills de masterização de espadas (Swordmastery). A Jade pode aprender a usar garras ou spears como arma e Fistcuffs (melhora ataques dados com braços e pernas) e Allure (melhora ataques de charm, que encantam ou enfeitiçam os inimigos).

Cada personagem tem uma vocação diferenciada: o herói é o cavalheiro que luta com espadas, a Serena é a maga branca, a Verônica a maga negra, o Rad o mago vermelho, o Erik é o ladrão, a Jade seria a monk ou lutadora e o Sylvando… Não sei. Categoria a parte. lol

Isto permite que a experiência de jogo seja diferente para cada pessoa, dependendo da opção de arma ou skills que fizer. 
Além disto, temos a liberdade de explorar as várias opções retificando a alocação de pontos. Basta ir no padre e ele liberará um bloco inteiro de skills a cada vez e quantas vezes quiser. Custa 20 gold para cada ponto de skill a ser liberado.
Os pontos de skill não são suficientes nunca! Eu não consegui abrir toda a árvore de nenhum deles. Tinha conseguido do Sylvando e logo em seguida ele ganhou mais skills em um evento. lol
Assim, você é estimulado a lutar por dinheiro, por itens e por pontos de skills. E com o ataque automático é muito fácil e rápido mudar de level. Apenas tome cuidado para não overpower e deixar o jogo muito fácil!
CONCLUSÕES
Dragon Quest IX vale cada centavo pago. É um jogo que certamente ainda será jogado daqui há 10 anos ou mais. Com certeza já é um clássico dos jRPGs. É excepcionalmente bom em praticamente tudo: história, personagens, mundo, duração, pós game e sistema de combate.
Os contras do jogo são pouquíssimos e não chegam a tirar seu brilho: o personagem mudo, o sistema de bags e as quests opcionais desinteressantes.
Minha nota: 9.5

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