“Deixa, deixa eu dizer o que penso desta vida, preciso demais desabafar.”

Quero um maridinho destes em casa!!


Todos os dias mato senão vários, ao menos um leão.

Acordo cedo e vou para meu trabalho sem saber o que me aguarda: se a falta de um funcionário que não poderia faltar, se um movimento fraco em um dia em que preciso muito de dinheiro, se algo vai quebrar ou parar de funcionar, se alguma roupa vai se estragar ou manchar ou desmanchar, se o carro será roubado ou se pifará com trocentas entregas a fazer.

Ou, se em meio ao caos, na pior hora, um de meus filhos não vai telefonar dizendo coisas ridículas como “Não posso ir à escola porque minha borracha sumiu!” ou o outro falará que quer imprimir seu trabalho que vale não sei quantos pontos na média e a impressora está sem tinta, ou se a empregada não vai dormir na mesa ou no chão e quando indagada dirá que está tendo “desmaios” e que não sabe o que é.

Na hora do almoço, talvez eu vá ao banco e descubra que um cheque voltou porque o f.d.p. do banco resolveu cobrar uma taxa não sei do quê e faltou 0,10 centavos.

Á tarde meu entregador talvez leve 4 horas para fazer 2 entregas nas ruas próximas e talvez volte não com os bolsos vazios, mas querendo reembolso, porque colocou gasolina, pagou não sei o quê e comprou não sei o que lá, se alguma má notícias virá pelo telefone, como meu irmão me aporrinhando com suas abobrinhas desagradáveis ou se minha lavadora não ficará de “bico” porque vi alguma mancha em alguma roupa que ela terá que lavar novamente.

Depois que fechar, se a porta não travar e eu não tiver que chamar a assistência que dirá, como sempre dizem, que a mola quebrou e me levarem uns 200, talvez ainda enfrente uma fila do cão no metrô para chegar em casa.

Assim que abrir a porta de casa, talvez um de meus filhos diga que a empregada não comprou leite, salsicha ou algo assim, essencial. E então terei que me desbancar até o super mais próximo e comprar. Ou talvez estejam se matando por conta de algo como “ele encostou o dedo mindinho em mim quando passou ao meu lado”.

Vou à geladeira e nada de comida, por que esta p… de m… de empregada que tenho não é capaz de cozinhar nada além de um arroz que parece comida de presidiários. Então pego um pacote de bolachas, um café e tento o ligar o PC.

Talvez então descubra que meu teclado ou mouse ou fones foram abduzidos pelos ETs de meus filhos que destruíram mais uma destas coisas pela qüinquagésima vez ou que a m… do speedy está fora do ar e que o telefone de suporte só dá ocupado! P.Q.P!!!

Em algum momento conseguirei ligar e me conectar ao Firefox que abre automaticamente meu blog, o sistema de comentários, minhas caixas de emails e o MSN.

É neste instante que respiro, finalmente…

Revejo meu blog (e é sempre um prazer isto), os links que amo, libero comentários gentis de colegas blogueiros, atualizo-me quanto as notícias e novidades do BBB e dos amigos, encontro com Índia e Anne no Skype, falo com um e outro amigo no MSN, sobre nada e sobre tudo. Dou risadas ou entristeço, a depender do teor das notícias.

Mas, de alguma forma, não estarei só. Outros miseráveis terão se juntado à mim e compartilharemos irmanamente as desgraças, os risos, as esperanças, os sonhos.

Sim… Sonharei.

E postarei meus sonhos. Como se a vida fosse feita apenas de belas obras de arte, de músicas que encantam, de quadros que enlevam, de textos que seduzem.

Acreditarei, ainda uma vez, que a vida pode ser melhor e maior do que a realidade.

E neste jogo de faz de conta, vou sobrevivendo.

E não é isto que importa, no final das contas: sobreviver? E no outro dia conseguir acordar e matar mais alguns leões?

(E só para encerrar, talvez Anne não esteja para corrigir a ortografia e a gramática de meu texto!!!!)

A A n n n e e e e ! ! !

😀

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