Os cisnes

A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,

Sobre ele, quando, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.

Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,

Que o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!

Júlio Salusse

Esta poesia é um primor! Tão delicada… Uma de minhas preferidas.

Thania, este post é para você. Atenção para a música, heim? 😀

0 comment

graça castro 15/03/2012 - 18:41

Um dos poemas mais comoventes e que fez parte de nossas vidas,hoje em nosso lar há um cisne só que cheio de emoção declamou essa poesia quando o seu par partiu,em minha casa poesias lidas na penumbra,para que a emoção fosse maior,fez parte de nossa juventude,tenho orgulho de ter uma mãe poeta e poética.

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