A nova geração arrancou em Novembro com a Wii U e há duas semanas atrás foi revelada a existência da Playstation 4. Com a chegada de novos jogadores à sala de estar, como a Valve ou a Ouya, esta prepara-se para ser a geração de consoles mais atípica e entusiasmante de que há memória. A Microsoft está atrasada para a festa mas nas próximas semanas vamos, muito provavelmente, ficar a par da sua visão para os próximos anos.
Segue-se tudo aquilo que gostaria de ver na revelação do novo console e a probabilidade de isso realmente acontecer.
1 – Verdadeira retro compatibilidade
Há quem defenda que os jogos antigos são para jogar nas máquinas onde saíram e quem seja comodista. Eu encaixo no segundo grupo, o daqueles que preferem ter apenas uma máquina ligada à televisão em vez de 3 ou 4. A retro compatibilidade cria lealdade com a marca, sendo um forte incentivo para aqueles que, ao longo dos anos, construíram uma generosa biblioteca de jogos que pode ser transportada para o novo console. Mesmo que negligenciada a longo prazo, a retro compatibilidade é vital para os early adopters visto que o primeiro ano de vida de um console é, por norma, bastante fraco. O Playstation 2 foi a único console que comprei no lançamento e se não corresse perfeitamente jogos do Playstation original, teria sido um ano inteiro a Tekken Tag Tournament e SSX.
Incluir retro compatibilidade é a ponte perfeita entre o passado e o futuro.
Probabilidade de acontecer: 60%
Coincidência ou não, as consoles com retro compatibilidade são sempre as que mais vendem(PS2, Nintendo Wii, Nintendo DS) por isso incluí-la seria inteligente por parte da Microsoft e deixaria os consumidores felizes. Sempre achei que as colecções HD, por muito bem intencionadas que sejam, exploram a falta de retro compatibilidade e, apesar do Gaikai ser promissor no Playstation 4, prefiro não ter de pagar novamente pelos meus jogos.
O novo console da Sony vai continuar a pagar a pesada factura do processador Cell da PlayStation 3(é lamentável o que vai acontecer com os jogos PSN) mas com uma arquitetura baseada nos PCs, o novo Xbox só não vai correr jogos da Xbox original, 360 e XBLA se a Microsoft, errada ou gananciosamente, não quiser.
2 – Menos Kinect mas melhor Kinect
Tal como muitos de vós, acho o Kinect uma inutilidade mas, com 20 milhões de unidades vendidas, existe claramente quem pense o contrário. Até admito que Dance Central é bastante divertido(um dos meus preferidos de 2010) mas não voltei a jogar mais nada digno de nota com o aparelho. Acho a tecnologia pouco desenvolvida, bastante limitada e, até agora, não correspondeu às expectativas.
Probabilidade de acontecer: 100% para o melhor Kinect, 10% para o menos Kinect
A Microsoft ADORA o Kinect e adora mostrá-lo em grandes eventos apesar de o público que os segue se estar nas tintas para ele. É seguro acreditar nos rumores que apontam para uma versão melhorada do Kinect(mau era). Espero que o novo Kinect tenha, finalmente, níveis de resposta 1:1 como o Wii Motion Plus e Move. Pode ser que desta forma os developers consigam tornar o Kinect mais fiel à visão original. Ainda assim, tenho dúvidas em relação a conteúdo com grande profundidade sem recurso a qualquer tipo de botões mas espero ser surpreendido.
3 – Xbox Live Gold reformado
Já aqui expressei o meu desdém em relação à prática exploradora levada a cabo pela Microsoft que é o cobrar pelo jogo online. Este modelo de negócio está ultrapassado e os adversários já os apanharam sem com isso criar fãs de primeira e segunda classe.
Não é só por estes lados que se têm levantado fortes críticas ao Xbox Live Gold; em quase todos os grandes sites da indústria já alguém abordou o assunto e a conclusão foi sempre a mesma: o Gold acaba ou muda drasticamente.
Probabilidade de acontecer: 50%
Confesso que, quando escrevi sobre o Gold contava com uma mudança de atitude por parte da Microsoft e nunca me passou pela cabeça a hipótese de a Sony vir a fazer o mesmo. Se os rumores forem verdadeiros e a Sony passar a cobrar igualmente para se jogar online, deixa de existir qualquer razão para a Microsoft deixar de cobrar por isso. No entanto, passam a haver fortes razões para reformar o serviço caso a subscrição da Sony inclua as vantagens do Playstation Plus. As vantagens do Xbox Live Gold não podem, simplesmente, reduzir-se a jogo online e a um anedótico desconto semanal. Vão ter que passar a oferecer jogos e DLC e espero, muito sinceramente, que não nos atirem areia para os olhos com “vantagens” do género Xbox Music ilimitado.
4 – Novos IPs e o regresso de velhos conhecidos
Uma das maiores fraquezas do Xbox 360 é o baixo número de franchises exclusivas quando comparado com o Playstation 4. Gears of War, Halo, Forza ou Fable são todas de elevada qualidade mas não acham que está na hora de fazerem coisas novas?
Além de não fazerem, não deixam fazer. Deixem a Rare brincar com as velhas IPs que tantas alegrias nos deram, como Banjo-Kazooie ou Killer Instinct, em vez de os meterem a trabalhar no Kinect Sports.
Probabilidade de acontecer: 100%
O lançamento de uma nova plataforma é o melhor motivo possível para se apresentarem novas propriedades intelectuais. Uma nova série de plataformas, survival-horror ou de aventura não faziam mal nenhum ao catálogo da Microsoft.
Além de coisas novas e frescas, gostava de ver uma continuação de Conker’s Bad Fur Day, um dos meus jogos favoritos de sempre. Seria o suficiente para me venderem o console.
5- Títulos 3rd party de peso
A atual geração provou que, por muitos exclusivos que um console tenha, os grandes responsáveis pelas vendas de hardware são jogos multiplataforma como Call of Duty, Assassin’s Creed ou The Elder Scrolls. Não são exclusivos mas podem ser mais ou menos associados a uma plataforma. Na sua conferência, a Sony fez isso com Watch Dogs e Destiny, o novo jogo da Bungie.
Será de esperar que a Microsoft responda na mesma moeda mas com o quê?
Probabilidade de acontecer: 100%
A Microsoft fez um excelente trabalho em associar a Xbox 360 às séries Call of Duty e The Elder Scrolls através da compra de DLC temporariamente exclusivo.
Mostrarem um novo Call of Duty seria uma jogada óbvia mas a Microsoft poderá criar maior furor assegurando a estreia do primeiro jogo da Respawn, estúdio fundado por ex-funcionários da Infinity Ward, os responsáveis por Modern Warfare. Battlefield 4 também é uma possibilidade.
Pessoalmente, nada me deixaria mais feliz do que ver Fallout 4 pela primeira vez.
6 – Forma inovadora de jogar
Os jogos que vimos na apresentação do Playstation 4 tinham muito bom aspecto mas, verdade seja dita, são mais do mesmo. Não vi nada de inovador na jogabilidade e nem os IPs da Sony foram novos. Há duas gerações atrás tivemos o jogo online e na geração passada o controlo por movimentos. Gostava que a grande revolução desta nova geração fosse mais do que a possibilidade de jogar com o comando da Wii U ou o Playstation Vita na casa de banho.
Probabilidade de acontecer: 50%
Uma das coisas mais inovadoras que vi nos últimos tempos foi o sistema de projecção que a Microsoft apresentou no CES mas receio que não esteja suficientemente desenvolvido para ser usado na nova Xbox. Se não for apresentado, não vejo a Microsoft a inovar de outra maneira. A apostar, diria que tal irá partir da Nintendo com o novo Zelda ou Mario e, como já é costume, a Sony e a Microsoft vão acabar por “seguir o exemplo”. Até posso estar enganado e a precisão do novo Kinect é tão alta que o torna realmente numa experiência inovadora mas prefiro não criar grandes expectativas.
7 – Specs iguais às da PlayStation 4
Uma das coisas que tornaram esta geração tão interessante foi o equilíbrio de poder entre a Xbox 360 e a PlayStation 3. O console da Microsoft podia ganhar na RAM e GPU mas a sua rival tinha um CPU mais poderoso, evitando fossos gráficos como os que víamos na geração passada. Seria bom que as coisas continuassem assim durante a próxima geração. Facilitaria a vida a quem cria e a quem joga.
Probabilidade de acontecer: 80%
Do pouco que pudemos ver, o PlayStation 4 parece ser bastante poderosa, muito graças aos seus 8GB de RAM. Os rumores sobre o Durango apontam para igual quantidade de RAM mas com boa parte dela(3GB) dedicada ao sistema operativo, algo que me parece um exagero para um console.
Acho que as specs do novo console da Sony apanharam a Microsoft desprevenida e, se não ficar muito para trás, terá que apresentar um produto um pouco superior àquilo que sugerem os rumores. Apenas na era da Super Nintendo é que a console mais poderosa foi a mais vendida da geração mas boas specs garantem que o desafio dos criativos e programadores não se esgota rapidamente.
8 – Preço e data de lançamento
Um dos factores mais decisivos para o sucesso de um console é, obviamente, o preço. Não convém ser muito caro mas também não pode ser tão barato que destrua as margens de lucro da empresa. Seria ótimo ver o preço e a data de lançamento do novo console para sabermos com o que podemos contar e podermos começar a poupar se queremos comprar um.
Probabilidade de acontecer: 50%
Sony e Microsoft andam numa guerra das trincheiras com o seu novo hardware. Ambas esperam que a outra dê o primeiro passo de forma a ripostar da melhor forma possível. A Sony foi a primeira a revelar a existência do PlayStation 4 mas reservou o seu preço para que a Microsoft não avance com uma proposta mais barata. Também não revelou uma data de lançamento, provavelmente para ser a primeira a chegar ao mercado. Aposto que a Microsoft parte com a mesma mentalidade e vai reservar tais informações até à ultima hora mas podemos ter uma surpresa.
Épico seria se ambos fossem lançadas exatamente no mesmo dia.
9 – Final Fantasy Versus XIII
“Alto e pára o baile, isso é para o Playstation 3”, estão vocês a pensar. Tirem o cavalinho da chuva porque este jogo já não sai nesta geração. Anunciado há já sete anos atrás, surripiar à Sony este “desaparecido em combate” é a melhor resposta da Microsoft à facada que foi ver Master Chief por breves segundos na conferência do PlayStation 4.
Poucas coisas criariam maior buzz em torno do novo console da Microsoft. Seria uma bomba grande o suficiente para garantir que o novo Xbox seja o falatório das próximas semanas nas redes sociais.
Probabilidade de acontecer: 10%
Sejamos francos, por muito desesperados que os fãs de Final Fantasy estejam por nova informação sobre Versus XIII, é muito improvável que isto aconteça. Acredito que dentro da Microsoft alguém tenha pensado nisto e até que a Square Enix tenha sido convidada para o fazer mas o mais certo é revelarem Just Cause 3 como forma de demonstrar as capacidades do console em criar mundos enormes e detalhados.
Desde que não mostrem a mesma tech demo pela centésima vez e nos mandem esperar pela E3 pelo novo Final Fantasy, já fico satisfeito.
10 – O console
O momento mais anticlimático da conferencia da Sony, tirando a “surpreendente e emocionante” intervenção da Square Enix, foi a falta de um console propriamente dito. É certo que o aspecto final do PlayStation 4 vai acabar por ser indiferente mas é bom poder associar um nome a algo palpável e espero que a Microsoft o faça.
Probabilidade de acontecer: 100%
Se a Sony tivesse mostrado algo mais que o novo Dual Shock, a internet estaria neste momento invadida por imagens do novo console. A Microsoft sabe que o visual do corpo do console causa familiaridade e tem potencial para viajar muito mais que um simples comando por isso acredito piamente que a novo Xbox vai estar presente de corpo e alma durante a sua apresentação.
Muitas destas expectativas são completamente irreais mas não custa nada sonhar. Façam o mesmo e digam o que gostariam de ver durante a apresentação do novo Xbox.