Do Jornal Notícias de SP – 26/mai
A polícia está neste momento na casa do empresário Cesare Siacomi depois de intervir no pagamento do resgate de sua filha Andréia, mais conhecida como Drew.
Conforme combinado, o dinheiro foi deixado em uma lata de lixo na periferia da cidade. A polícia estava monitorando as negociações sem o consentimento da família e mantendo o local sob vigilância. Assim que um carro parou próximo ao recipiente e um homem desceu para pegar o pacote, policiais surgiram dando voz de prisão aos bandidos. Após um tiroteio em que dois policiais foram feridos, os marginais conseguiram escapar.
O dinheiro foi recuperado, mas a apreensão com o futuro de Drew é grande. Sua melhor amiga, Tess, declarou que todos estão furiosos com a intervenção e muito preocupados porque o homem com quem habitualmente conversam ficou furioso com o fracasso do pagamento e desligou sem novas instruções.
De acordo com especialistas, nestes casos costuma haver uma quebra nos contatos e novos telefonemas não devem ocorrer nos próximos dias. No caso da negociação ser retomada o valor do resgate deve aumentar, bem como as exigências de sigilo, mas nem sempre isto ocorre. Os bandidos podem decidir abortar a operação.
Paulo Cresto, o investigador responsável pelo caso, concorda sobre o aumento do risco de vida para Drew: “Já houve casos semelhantes em que os seqüestradores preferiram eliminar a vítima, optando pela perda do resgate.”, mas defende-se esclarecendo que a polícia apenas cumpriu com sua obrigação e culpou a família por ter cedido às exigências dos bandidos.
“Tudo teria corrido de forma diferente se estivéssemos no controle das negociações.” – Garantiu, finalizando a entrevista.”
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Tuan refletia sobre os presságios cogitando se a mudança que estava por vir seria a que buscavam incessantemente.
Lembrou-se de quando chegaram, há mais de dez anos. Iam em direção a Tir Taimgire quando houve o incidente e acabaram presos aqui, não podendo retornar e nem avançar. Sua face adquiriu um ar nostálgico ao relembrar da vida anterior em sua terra, mas rapidamente sacudiu a cabeça, espantando os pensamentos.
– “Não! O passado está morto. Aquela vida não existe mais. Fomos derrotados e expulsos. Não há mais nada lá para voltarmos.” – Olhou ao seu redor, apreciando o que via: o lago, a relva verde e a mata logo à frente.
No começo fora difícil adaptar-se a um ambiente tão diverso daquele que viera, mas depois que construiu esta casa e afastou-se da sociedade tinha começado a apreciar a nova vida.
Gostava de morar ali, de estar em meio à natureza respirando o ar puro da serra. O silêncio e a calma faziam bem à sua alma e já não desejava tanto retornar ao plano original.