Paisagens deslumbrantes são o ponto forte de Fable III.

Jogo: Fable III
Desenvolvedora: Lionhead
Data do lançamento: outubro de 2010
Plataforma: Xbox360
Gênero: RPG

Comecei a jogar Fable III no domingo. De forma meio descomprometida, só para conferir mesmo, porque minha idéia é começar a jogar Assassin’s Creed: Brotherhood tão logo chegue. Em 2 dias caminhei um bocado e falta-me apenas conquistar o apoio de mais um líder para iniciar a revolução. Ainda assim, ressalto que esta análise poderia sofrer modificações com o caminhar no jogo. Não creio muito nisto, mas é uma possibilidade existente.

Para quem não conhece nada sobre Fable III, segue um resumo do enredo:

“Fable III está definido 50 anos após os acontecimentos de Fable II no continente Albion, onde a série Fable ocorre. O velho monarca, o herói de Fable II, morreu e deixou o reino de Albion para Logan, irmão mais velho do jogador. Alguns personagens fazem alusão à forma como Logan “mudou” nos últimos quatro anos e é excessivamente tirânico agora. Após um evento traumático que as forças de Logan caem em cima do jogador, ele escapa do castelo de Logan junto com seu mentor, Sir Walter Beck e seu servo, Jasper (voz de John Cleese ). O jogador então começa a reunir os aliados para ajudar em uma revolução contra Logan. Os aliados ganham incluem os “moradores”, uma comunidade nômada que vive nas montanhas, Major Swift, um oficial do Exército Real no comando de um forte controle remoto, Page, a líder da “Resistência Bowerstone”, e Kalin, o líder de Aurora, uma terra desértica, através do oceano. Ao tentar obter o apoio de Kalin, o herói descobre que uma criatura chamada de “Crawler”, cuja força já devastou Aurora, tem a intenção de exterminar toda a vida no reino de Albion. É revelado que o motivo do Logan para o tratamento de seu povo tão duramente é para arrecadar dinheiro para um exército para defender contra o rastreador.


O jogador lidera uma revolução e se torna o Rei / Rainha, altura em que o jogador tem a opção de manter as promessas feitas àqueles que ajudaram na revolução em grande despesa para o tesouro, ou trair as promessas, a fim de arrecadar dinheiro para a defesa de Albion. O jogador também pode utilizar o dinheiro do Tesouro para fins pessoais, pessoais ou utilizar o dinheiro na tesouraria. Se o jogador escolher para ser líder “bom”, o tesouro irá embora muito rápido e a única maneira que o jogador pode compensar isso é através da transferência de vários milhões de ouro de seus fundos pessoais para o Tesouro. Com 6.500.000 de ouro na tesouraria, no momento do ataque de Crawler, o jogador será capaz de financiar inteiramente um exército que pode defender com sucesso todo o reino. Sem dinheiro em caixa e, portanto, nenhum exército para defender Albion, as vítimas civis causadas pelo ataque de lagartas superam 6.500.000. Se isso acontecer, o mundo estará praticamente ausente de civis após a conclusão da missão principal. Se o jogador passa muito tempo dormindo, civis vão começar a voltar, mas eles vão reagir com hostilidade à presença do monarca, independentemente de terem atuado anteriormente como um governante benevolente ou malvado.” – Fonte: Wikipedia

Esta escolha de caráter (ou personalidade), aliás, é um dos grandes diferenciais do game, juntamente com a possibilidade de determinação de seu futuro e dos que estão à sua volta, diferentemente dos RPGs tradicionais que já contém uma estória fixa e definida, cabendo ao jogador apenas chegar ao seu final. Parece que esta será uma tendência para próximos RPGs, inclusive.

E o que achei do jogo? Vamos por partes:

CENÁRIOS:
Absolutamente deslumbrantes. Paisagens belíssimas com prados, vales, montanhas, lagos, abismos e uma infindável variedade que enchem os olhos. Ontem mesmo vi um por-do-sol à beira de um lado absolutamente fascinante. A diversidade da flora, as múltiplas tonalidades de verde, de tons de terra revelam um grande capricho com o ambiente. Bichinhos podem ser vistos de vez em quando, aqui e ali no campo. Excelente. Nota 10.

PERSONAGENS:
Não gostei do desenho. Cenário e personagens devem ter sido desenvolvidos por equipes diferentes, porque parecem abrutalhados e abestalhados, mal feitos e mal acabados. Os cidadãos parecem todos iguais, em aparência e roupa, embora de fato não sejam exatamente iguais. É a impressão, porque as diferenças são pouco perceptíveis.

O personagem principal é a “coisa” mais sem graça, apática, desprovida de personalidade e horrorosa que já vi na vida. A impressão é de que lidamos com um boneco animado que obedece às instruções apenas. Péssimo. Nota 5 sendo generosa.

MENU:
Sensacional. Ao invés de irmos para uma tela com menus em linhas e palavras, somos teleportados (ou temos a impressão de ser) para uma “central de operações”. Para trocar de roupa, entramos em um quarto de vestir, para ver os troféus, em uma sala de troféus, onde estão devidamente expostos em uma parede.

O world map exposto ao centro da sala e através do qual se pode acessar qualquer região, ver com lupa os habitantes e suas quests, as construções de cada local com seu preço de venda e ainda ser teleportado para o local é bárbaro. Muito bom. Nota 10, com louvor.

JOGABILIDADE:
Bem, este não é um jogo difícil ou para quem quer pensar. Para começar, é impossível perder-se, uma vez que sempre existirá uma trilha luminosa apontando o caminho a seguir. Acabou-se a busca, o “onde será” ou o “onde encontro” ou “o que faço agora”. O cachorrinho que acompanha o personagem principal apontará para tesouros, áreas de escavações e perigos. Ou seja, basta seguir a trilha e prestar atenção ao cão para chegar ao final da estória com o básico de tudo.

End Game é impossível. Você pode morrer sem problemas. Vai perder alguns pontos, mas retorna à luta no ponto onde parou e continua. Os ataques são muito simples: triângulo atira, bolinha ataca com magia, quadrado com espada, machado, etc… (se não confundi a bolinha com o quadrado é isto).

O sistema de evolução também é bem simples. Você vai acumulando pontos e ao final de cada fase pode adquirir expansões e melhorias para magia, armas, habilidades, etc… E de uma forma bem gostosa, abrindo arcas de tesouros.

Vocês poderiam achar que eu seria contra esta jogabilidade simplificada, mas de fato não sou. Acho que cada jogo tem sua proposta e se a proposta de Fable é esta, ser simples, acho perfeito. Tem horas em que não queremos jogos difíceis. Queremos apenas jogar algo que nos distraia da “real life” e Fable é ótimo neste sentido. Jogabilidade bem pensada, bem feita, prática, bonita e agradável. Nota 9.

(É lógico que se fosse um Final Fantasy rogaria à Square-Enix pragas de condenação no fogo eterno do inferno acrescida de tridentes pontiagudos sendo espetados em seu traseiro à cada 1 minuto. lol)

ENREDO, DESENVOLVIMENTO:
Também aqui a proposta é a mesma: simplicidade e facilidade. Nada muito complexo. Apenas seguir a trilha, matar uns lobinhos ou gnomos ou bandidos. Os bosses dão um pouco mais de trabalho, mas como podemos morrer e retornar ao ponto da morte…

Linearidade chegou aqui e parou. Uma missão de cada vez, com objetivo muito fácil de compreender e lá vem a trilha brilhante para seguir. O enredo desenvolve-se de forma clara e simples. Não tem nem como perder-se na estória.

Muitas CGs, demais. Chatas, sem graça. Diálogos demorados. Textos óbvios ou redundantes.

O jogo é mais raso do que uma tábua. Não tem a menor densidade emocional, mesmo as pretensas possibilidades existenciais são superficiais e óbvias ululantes. Às vezes, por exemplo, você tem que fazer opções, escolher entre 2 respostas, cada uma tendendo para um caráter (bom/mal). Escolha o verde se quer ser bonzinho e o outro se quer ser mal. rs

Ok. Podemos fazer quests opcionais (chatérrimas), comprar propriedades (ainda não experimentei) e também fazer sexo e ter filhos. Vou passar batido por esta opção. Escolhi o personagem masculino por parecer menos idiota que a mulher, mas fazer sexo com uma representante de meu sexo e ainda ter filhos está abaixo de minha dignidade feminina. Exceto se for absolutamente indispensável ao desenrolar da estória. rs

Dentro de sua proposta está coerente, igualmente bem feito e construído, apesar de não apresentar nenhum desafio, charme, surpresa. Nota 7.

CONCLUSÃO:

Se a proposta da empresa foi esta (e acho que foi): fazer um RPG fácil, bonito, agradável, simples, para iniciantes ou para jogadores casuais, dou nota final 8.

Falta-lhe apenas charme e carisma. Aqueles detalhes aparentemente inúteis que existem nos RPGs da Square-Enix, um bichinho que faz uma graça, uma mocinha que dança can-can, um acontecimento inusitado como o personagem parar para observar o por-do-sol, etc… E também falta dar alguma vida ao personagem principal. Algo similar à uma personalidade seria interessante. rs

Não posso crer que a proposta da empresa fosse outra, ou seja, a de fazer um RPG de verdade, para aqueles que amam o gênero, de forma que nem vou considerar esta hipótese.

Vou continuar jogando nos momentos em que quiser descansar a cachola. 😀

Próximo post: Conquistar é facil, manter é que são elas.

(Ps: Não acredite em nada do que falei aí em cima sobre Fable III ser fácil. Estou apanhando feio agora. lol)

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