Quando comecei a ler sobre as novas tecnologias do 3DS e do Kinect, pensei que separados não eram grande coisa, mas juntos seriam fenomenais. Como não estavam juntos ainda, achei o 3DS meio bobo e até agora estava olhando para o Kinect com os olhos de jogadora. Como boa nerd sou aversa a atividades físicas e não vi grande coisa em um aparelho que me faria jogar em pé e em movimento, passando inclusive pelo vexame de ser vista em poses ridículas enquanto jogasse.
Lendo as notícias recentes que postei sobre ele o estalo aconteceu e percebi o fantástico mundo que se abre e as infinitas possibilidades desta tecnologia em outras áreas que não as dos games.
Vamos começar com o básico do básico, aparelhinhos de nosso dia a dia:
– Botões e qualquer tipo de teclados, incluindo os de elevadores, televisões, vídeos, calculadoras, computadores: obsoletos. Você não tecla mais, diz ou gesticula e a máquina entende e executa.
– Eletrodomésticos inteligentes: além do comando de voz, através da câmera com sensor de profundidade, sabem identificar se o bolo está assado, se a carne já descongelou, se a cerveja já gelou, se a água já ferveu e ligam-se e desligam-se conforme a necessidade.
– Sistemas de segurança: reconhecimento da pessoa (altura, largura, estrutura) + voz = liberação.
– Carro: A câmera virada para o exterior, o visor no interior do carro. Alguns movimentos podem ser pré-programados, como estacionar, por exemplo, frear com a aproximação súbita de um carro, etc… e outros podem ser ditos pelo motorista.
Este mecanismo simplesmente permitiria que todas as pessoas com mobilidade reduzida pudessem dirigir! Não seriam necessários pernas ou braços ou mãos com todos os comandos feitos através da voz, em interação com o sensor de profundidade no exterior. Sem contar que todas as pessoas poderiam dirigir seus carros assim, por simples comodidade.
– Deficientes visuais: câmera interpreta e traduz por voz em microfone auricular os objetos na direção do olhar em um raio restrito. Degrau, semáforo, pessoa, etc…
– Operações cirúrgicas à distância: a câmera próxima ao paciente, o médico com o visor não importa à qual distância, comandaria a equipe médica com total eficiência. Poderia controlar uma mão robótica, igualmente.
– Enfermarias: câmeras instaladas em quartos hospitalares interpretariam a movimentação dos enfermos e emitiriam avisos à uma central em ocorrências pré-determinadas como quedas, alterações na respiração, oscilações durante o sono, etc… Sem contar que o próprio enfermo poderia ligar sua TV, mudar de canal, abaixar ou aumentar o volume e ainda chamar por assistência com a sua voz ou pequenos gestos, sem necessitar de movimentações maiores que podem estar restritas.
– Exploração de lugares perigosos: através de robôs com câmeras, acionados à distância pela voz de um operador que acompanha pelo monitor. Isto já existe parcialmente, mas acredito que não com este nível de reconhecimento de profundidade.
– Supermercados: ausência de caixas. A câmera no carrinho registra todas as compras do cliente, solicita os dados de pagamento e efetua o débito em seu cartão.
– Vigilância noturna, diurna, interiores e exteriores: câmera programada para chamadas à central em ocorrências de movimentações suspeitas pré-definidas. Neste campo acredito que o potencial é realmente infinito. Lojas, exteriores de residências/comércios, até mesmo em presídios.
– Guichês de cinemas, teatro, etc.: câmera percebe a aproximação de um cliente e efetua a venda do bilhete, através de perguntas pré-definidas, como nos telemarketings.
– Celulares, ipods, iphones e similares: esqueça os botões.
Estas foram algumas aplicações que consegui pensar nestes poucos minutos. Imagino a quantidade de outras que não cogitei.
Mas, acredito que a grande revolução mesmo aconteça na junção com a tecnologia de 3D.
Gostaria que lessem duas notícias:
Nesta primeira, cientistas conseguiram realizar uma transmissão holográfica em tempo real, ou seja, com movimentos e não pré-gravadas.
Cientistas dão passo importante para concretização do vídeo holográfico em tempo real
Na segunda notícia, a empresa Infosys ganhou uma patente para transmissões holográficas em tempo real por computador.
A holografia é uma imagem tridimensional, ou, 3-D. Lembraram da Nintendo e o 3DS?
Só que o 3DS trará imagens holográficas pré-gravadas e estas que mencionei farão transmissão de imagens 3D em tempo real. Ainda assim, a Nintendo já tem a tecnologia de processar e exibir imagens 3D em aparelhos portáteis.
A evolução natural do 3DS seria a inclusão de comunicação 3D em tempo real, isto se ela comprar a patente da Infosys, que envolve um aparelho portátil para estas transmissões.
Deixemos os negócios chatos às empresas envolvidas e vamos viajar pelo futuro que se descortina com estas três novas tecnologias: transmissão 3D em tempo real, reconhecimento de voz e sensor de profundidade.
(Reconhecimento de voz e sensores de profundidade não são exatamente novidades, mas foram elevados à um novo patamar de acessibilidade ao usuário final pela Microsoft).
Vamos esquecer os aparelhos existentes hoje: computadores, celulares, tocadores de música e vídeo, televisão, consoles de games, calculadoras e até mesmo relógios. Ou melhor, vamos fundir todos em um só mecanismo.
Nós temos tecnologia para colocar processador, HD e memória RAM em um aparelho do tamanho (ou ainda menor) do que um celular, algo como o Iphone.
Nossa base inicial poderá ser o interior do PSP que trabalha com espaço total de 64MB de RAM, 16 GB de espaço de armazenamento total e processador de 64 bits, com 333 MHZ. Especula-se que o PSP2 terá ao menos 1 GB de memória RAM e processador de 3,2 Ghz com 729 MHZ.
Vamos juntar o poder do PSP2, o 3D do 3DS da Nintendo e o reconhecimento de voz e sensor de profundidade do Kinect. No que isto resultaria?
Primeiramente em um visor holográfico, ou seja, uma imagem em 3D que veremos perfeitamente, mas que não ocupará espaço físico real. Teclado também “virtual”, acionado por movimentos ou voz.
Este aparelho poderá ser ao mesmo tempo: relógio, calculadora, computador, tocador de música e vídeos, assistente pessoal (agenda de telefones e compromissos, etc…), leitor de livros e jornais, televisão, console de games e celular.
Os softwares, programas, vídeos, arquivos e games não necessariamente estarão fisicamente gravados/guardados no aparelho. Poderão utilizar a tecnologia “das nuvens” e serem armazenados nos grandes servidores mundiais.
O celular transmitirá imagens 3D em tempo real, ou seja, veremos a pessoa com quem estamos falando, poderemos olhar em seus olhos, ver sua face e expressões, como está vestida, o que está fazendo… É quase que um teletransporte, apenas não real, virtual.
Infelizmente ainda estamos distantes do teletransporte real, tal como vemos nos games e filmes. Cientistas já conseguiram teletransportar um átomo em uma distância de 16 km, mas o processo é pouco indicado para seres vivos, pois destrói o original para recriá-lo (quase como uma cópia) em outro local.
O acesso à internet móvel permitirá que todo conteúdo seja acessado onde o usuário estiver, seja na rua, em casa, no trabalho, etc. (sem franquias, please!!!)
A tela holográfica poderá ter tamanho adaptado/ajustado para adequar-se ao local em que esteja: em ambientes exteriores, pequena e discreta, em ambientes de trabalho, média, em nossas casas do tamanho da parede da sala para podermos usufruir de toda sua capacidade 3D.
Primeiro poderemos ter longas conversas “ao vivo” (holografia 3D em tempo real) com amigos, parentes, namorados, etc…
Poderemos até mesmo assistir filmes acompanhados “virtualmente”, porque não?
E o jogo?
Com 3D deste tamanho e comandos por voz e gestos? Deixo para sua imaginação completar.
Nós já temos as tecnologias de base. Falta apenas juntar as peças em um único aparelho.
Não é mais ficção científica ou filme de Star Wars, como na imagem que ilustra o post.
É a realidade. O futuro já começou!
:DD