O review de Persona 4 Arena mostra que a famosa franquia de RPG agora encara um outro gênero: os jogos de luta. A ideia poderia ser considerada uma boa estratégia da Atlus ao levar sua série para outro caminho, mas acabou fugindo dos padrões do gênero ao tentar ser diferente dos games tradicionais.
Histórias complexas e diversos modos
O Modo História é o primeiro a mostrar essa intenção de fugir dos padrões, criando um enredo para cada personagem do jogo. E não pense você que são aqueles diálogos curtos entre uma luta e outra, são verdadeiras tramas ao ponto de serem complexas demais para a premissa do game.
O título também conta com um modo tutorial que torna-se mais do que obrigatório. Tudo isso por conta da jogabilidade bem confusa, que também se encaixa na questão da Atlus em desenvolver um jogo diferente – falaremos sobre a jogabilidade depois.
Já os outros modos não fogem do convencional. O Arcade e o Versus são obrigatórios em games de luta, e nesse ponto a Atlus não fugiu do roteiro, pelo contrário, desenvolveu modos bem consistentes e agradáveis. Nos modos online também há uma consistência que deixa as partidas sem qualquer problema de lags.
Jogabilidade diferentemente confusa
Voltando a falar sobre a Atlus e sua tentativa de seguir um rumo diferente, a jogabilidade é o quesito que mostra isso de uma forma mais explicita. Esqueça o padrão soco fraco, médio e forte. Em Persona 4 Arena os golpes são executados, na maioria das vezes, pelas Personas – uma espécie de Summon Materia de Final Fantasy.
Os ataques são baseados em golpes desferidos por seus “aliados”. Magias e golpes mais poderosos também contam com o auxílio deles, porém, seu personagem não é um simples coadjuvante, afinal, ele também possui golpes próprios – inclusive especiais. Entretanto essa mistura de golpes acaba deixando a tela um tanto confusa, e em certos momentos, não há como saber o que faz parte do seu ataque e o que pertence ao seu adversário.
Assim como você, as Personas possuem energias. Portanto, é preciso balancear os seus ataques simples e os combinados, pois uma vez sem elas, será difícil dar conta de seus adversários, já que os poderes ficam bem limitados. Independente disso, é preciso treinar bastante até entender grande parte dos movimentos e não bobear nas batalhas.
Visual encantador
Dificilmente um jogo de luta consegue decepcionar em relação a gráficos. Persona 4 Arena não foge desse tabu e mostra um visual encantador. Os cenários lembram muito jogos como King of Fighters e Blazblue, isso porque ambos possuem animações no fundo que divertem os espectadores, já que dificilmente os jogadores poderão reparar no que acontece fora da luta.
Os personagens também possuem suas particularidades e são bem caracterizados em seus desenhos. Os golpes especiais e a integração são bem representadas na tela, mas sofrem com o problema citado mais acima: a confusão de elementos na tela. Se eles impressionam pelos gráficos, decepcionam pela forma com que são, literalmente, jogados na tela.
Conclusão
Persona 4 Arena tinha tudo para ser um grandioso game de luta. Mas a Atlus resolveu inovar ao colocar as Personas como aliados e acabou criando uma confusão visual que incomoda bastante. A jogabilidade também peca pela tentativa de ser um jogo diferente dos outros, entretanto, com um pouco de prática, é possível se acostumar com ela e encarar os diversos modos de jogo apresentados no game.