Você já ouviu falar de Xenogears?

Apesar da história meio complexa, Xenogears foi um dos RPGs mais populares do PlayStation original. E você poderá conhecer mais um pouco desse excelente jogo a partir de agora…

Lançado em 1998 nos Estados Unidos, Xenogears foi um dos projetos mais ambiciosos da então Squaresoft. Ele seria o quinto episódio de uma “hexalogia” criada pelo diretor Tetsuya Takahashi, mas os planos acabaram indo por água a baixo quando a própria empresa não se interessou na continuidade do projeto. ( Lamentavelmente )


A história continuou por meio do “sucessor espiritual”, Xenosaga, lançado para o PlayStation 2 alguns anos depois.

História:

Xenogears inicialmente ocorre em Ignas, o maior continente do mundo de Xenogears e o palco de uma guerra de séculos entre as duas maiores nações. Ao norte do continente está o Império de Kislev e ao sul, o Reino do Deserto de Aveh. A guerra durou tanto tempo que as pessoas se esqueceram do motivo, conhecendo apenas o círculo sem fim de hostilidade e tragédias. A obsessão pela guerra em breve encontraria uma mudança devastadora.

Por causa da “Ethos”, uma instituição que preserva a cultura daquele mundo, reparando ferramentas e armas escavadas das ruínas de uma antiga civilização. Ambos os países escavavam estas ruínas e pediam ao “Ethos” que consertassem as descobertas, com a finalidade de aumentar o poder militar. As muitas armas escavadas nas ruínas muito alteraram o desempenho do esforço de guerra. O resultado das batalhas entre esses países não foi mais determinado pelo combate mano-a-mano, mas por gears, humanóides gigantes – máquinas de combate, que eram obtidos do mais fundo buraco das ruínas.


Depois de eventuais mudanças no estado da guerra, Kislev ficou por cima. O principal fator disso estava na quantidade de recursos obtidos de suas ruínas. Mas, de repente, uma misteriosa força miltar apareceu no continente de Ignas. Chamados de “Gebler” decidida a fazer contato com Aveh. Com a ajuda da Gebler, Aveh recuperou-se e ficou pário novamente com kislev. Então, tomando vantagem de sua aliança recentemente conquistada, Aveh começou a conquistar o território de Kislev pouco-a-pouco, sem mostrar desistência.

A história começa em um flash-back de Fei Fong Wong lutando para defender sua vila e seu amigo Citan Uzuki pedindo para não lutar na vila, que estará toda queimada. Após esse flash-back começam as aventuras do pintor e lutador de artes marciais Fei Fong Wong, um amnésico que foi carregado ao vilarejo de Lahan quase morto há três anos por um mascarado que todos acreditam ser seu pai. Após um ataque em lahan, Fei vai embora de seu vilarejo e enfrenta o mundo fora de lahan e descobre suas origens.

Também conhece vários personagens como: Elhaym Van Houten, entre outros.

Personagens:

Os nove personagens controláveis de Xenogears originam-se de diversas áreas do mundo do jogo. A história começa em Ignas, um continente com duas nações, Aveh e Kislev. Fei e Citan se encontram nessa região, mas posteriormente se revela que eles são oriundos das cidades capitais Aphel Aura e Etrenak dos países flutuantes Shevat e Solaris, respectivamente.

Fei é o protagonista da história e não possui memórias do seu passado.

Citan é um homem cujos conhecimentos sobre o mundo e a tecnologia auxiliam a equipe com frequência.

Bart, um pirata do deserto oriundo de Ignas, é o herdeiro do trono de Aveh.

Rico, um meio-humano de força incrível, vive em uma prisão de Kislev como campeão de batalhas entre Gears.

Solaris, uma cidade oculta detentora de tecnologias avançadas, é o lar de muitos personagens no jogo:

Billy, um membro fiel do grupo religioso Ethos, é de origem Solariana.

Elly, uma oficial Gebler de Solaris, tem o destino de acompanhar Fei e se apaixona por ele ao longo do jogo.

Maria e Chu-Chu são de Shevat, a cidade voadora que resiste à hegemonia de Solaris.

Emeralda é uma criatura humanoide construída por uma civilização antiga a partir de uma colônia de nanomáquinas e resgatada nas ruínas da antiga Zeboim.

Personagens não controláveis com papel relevante incluem Krelian e Miang, ambos líderes de Solaris com a missão de reviver Deus, uma divindade mecânica que caiu no mundo a milhares de anos. Os dois são os principais antagonistas do jogo. Grahf, um homem misterioso dotado de imensos poderes, também assume um papel antagônico, seguindo a equipe de Fei e enfrentando os heróis com frequência e sem revelar seus objetivos inicialmente. Fei, Elly e Miang reencarnam diversas vezes ao longo da história do jogo.




Trilha Sonora: 

A trilha sonora do jogo, composta por Yasunori Mitsuda, compositor do grande clássico Chrono Trigger, Chrono Cross e tantos outros jogos e foi lançado também no Japão em um conjunto de dois CD. Um álbum orquestrado adicional e outro que foi liberado mais tarde chamado Creid.

O estilo é diversificado, mas foi inspirado em música irlandesa e tem uma sensação distinta.

A música “Small Two of Pieces” foi tocada durante os créditos finais do jogo. Xenogears foi o primeiro jogo da Squaresoft a apresentar uma canção final nos créditos. Ambas as canções foram compostas por Yasunori Mitsuda e executada em Inglês pela cantora irlandesa Joanne Hogg. Em Creid, ambas as músicas foram regravadas em japonês com Tetsuko Honma como “Two Wings” and “Möbius” .

A Filosofia XenoGears:

“Se Deus não existe no nosso mundo, então eu vou criar Deus com minhas próprias mãos!” Essa é apenas uma das frases épicas que aparecem nessa homenagem à filosofia moderna chamada Xenogears.

Teorias de grandes homens da humanidade como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, e Jacques Lacan (esse último até emprestando seu sobrenome a um dos personagens) servem de base para um dos mais inteligentes e intrigantes enredos de todos os tempos. E isso não se limita só aos games, mas a outros segmentos também como filmes, livros, peças teatrais etc.

A teoria da dupla personalidade (que um pouco depois na história se torna tripla, quádrupla, quíntupla e por aí vai…) do protagonista Fei, cai como uma luva na trama filosófica. Coisa que poucos games repetiram com sucesso. A maneira como a história é contada, faz com que o jogador se ponha no lugar de Fei e se suplique tanto quanto ele para obter respostas sobre seu passado e origens, deixando uma experiência sublime para quem desfruta dessa obra prima. Chega até a dar medo de escrever sobre o enredo e acabar dando quaisquer spoilers que estraguem a experiência do jogador. Só jogando mesmo para entender a magnitude do roteiro de Xenogears.
 
A trilha sonora reforça ainda mais essa interação entre espectador e cena. As músicas seguem fielmente o clima do game, se encaixando lindamente em seus respectivos cenários. Isso sem falar nas excelentes cenas de anime e no funcional sistema de batalhas que se casam muito bem na atmosfera do jogo. É simplesmente sensacional.

Um verdadeiro time dos sonhos desenvolveu Xenogears. Tetsuya Takahashi ficou a cargo da direção. Com o auxílio de sua esposa, Soraya Saga e Masato Kato, ele também escreveu o maravilhoso enredo. Hiromichi Tanaka (mais conhecido por Secret of Mana) produziu o jogo, com a ajuda de Hinorobu “Final Fantasy” Sakaguchi, Tetsuo Mizuno e Tomoyuki Takeshi. Yasunori Mitsuda (que já havia feito um ótimo trabalho em Chrono Trigger) compôs a bela trilha sonora e Koichi Mashimo (o animador dos clássicos animes Ghost In The Shell e Neon Genesis Evangelion) ficou encarregado das excelentes cenas de anime que deram um charme a mais na história.

Curiosidades:

Um fato curioso é que com medo da aceitação do público ocidental em relação as referências religiosas encontradas na obra, a Squaresoft (hoje SquareEnix) cogitou não lançar Xenogears fora do seu país de origem, o Japão. Felizmente, a empresa mudou de ideia e lançou o jogo em território americano, mas acabou deixando os europeus fora da empreitada. Mesmo sendo lançado lá, a expectativa de críticas e de uma resposta ruim fez com que a forma como a Square distribuisse o game fosse tímida nos Estados Unidos. Algo que nem de longe se comparou ao lançamento japonês, onde houve inúmeras formas de divulgação, indo desde livros para se entender melhor o complexo enredo até cartões telefônicos e postais estampados com os personagens principais!

Toda essa insegurança acabou fazendo com que o título ficasse escondido em meio a tantos blockbusters de 1998, como Metal Gear Solid, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Resident Evil 2, Pokémon Red /Blue, entre outros. O game só foi ganhar seu considerável sucesso anos depois quando revistas consagradas do segmento o listaram como um dos melhores JRPGs do PlayStation, se não da história. O hype gerado na época fez com Xenogears chegasse a custar U$100 em sites de comércio eletrônico! Para consertar o mau planejamento, a Square o relançou depois na linha “Greatest Hits”, por um preço bem mais camarada.

Críticas:

Porém nem tudo são rosas em Xenogears. Umas principais reclamações sobre o título, é que o segundo disco parece ter sido feito às pressas na qual praticamente 70% dele é composto apenas de batalhas e textos com o fundo animado. Toda essa pressa acabou afetando a dublagem da versão americana. O trabalho chega a ser “porco”. O timing impreciso nas cenas animadas e a equivocada escolha das vozes para os personagens ofuscam a imensa qualidade das FMVs. Enquanto alguns jogos acabam até rendendo boas risadas com suas dublagens toscas (como em Castlevania: Symphony of the Night), aqui ela só lhe deixará constrangido. O que pode isentar a culpa da equipe de voz, é que foi a primeira vez que a Square trabalhou com falas em um game.

Apesar de ter uma falha aqui ou ali, Xenogears ainda é um excelente exemplo como uma história complexa e polêmica pode ser maravilhosamente executada num jogo mesmo sem ter gráficos excepcionais ou rios de dinheiros de investimento na produção.

NOTA: 9,8

Fontes: Wikipedia , Youtube, GameWord

Opinião:


Então pessoal, será que vale a pena jogar Xenogears?

Sim, se você nunca jogou essa obra prima, conserte este “erro” o mais rápido possível. “De nada” desde já. Ah, já ia me esquecendo de citar outro defeito de Xenogears, depois de joga-lo, os roteiros dos outros games de sua coleção parecerão muito mais simples.

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