Cresci em uma pequena cidade do interior de Minas, andando em ruas de pedras, brincando de esconde-esconde, pega-pega. Tinha um cachorro que me esperava perto de casa todos os dias na volta da escola e que latia e balançava o rabo de felicidade ao me ver. O céu era azul com nuvens brancas durante o dia e muito, mas muito estrelado à noite (tanto que sabia onde ficavam várias constelações e minha predileta era a das 3 Marias). Quando chovia, a água era limpa, fresca e sentíamos o cheiro da terra molhada. De manhã víamos o orvalho nas folhas. Naquela época não tínhamos tv, internet nem sonhava em existir e a diversão aos finais de semana era ir nadar na Cascata ou em algum ponto do pequeno rio da cidade.
Na adolescência vim para a “cidade grande”, para o céu sempre cinza e a noite sem estrelas. Troquei os sons e cheiros da natureza pela poluição sonora e auditiva. As brincadeiras de rua pelos jogos de pc ou console e os amigos reais pelos virtuais. A vida deixou de ser simples e passou a ser complexa. Faz parte do crescer, mas às vezes fico imaginando como seria bom voltar a viver daquele jeito natural, fácil e gostoso.
Ni no Kuni é como voltar para casa, para as origens. Ele é puro, claro e cristalino, como beber água direto da fonte. Mas, mais do que um autêntico jRPG, Ni no Kuni é maravilhoso, é lindíssimo, é agradável de ver, ouvir, jogar. Estou encantada e até mesmo emocionada nestas poucas horas de jogo.
Para quem já assistiu os filmes dos Estúdios Ghibli (A viagem de Tchihiro, O castelo no céu e outros) a sensação é de estar jogando um filme. As cenas são delicadamente coloridas e parecem muito reais, apesar do estilo “desenho de quadrinho”.
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Oliver ganha Drippy de sua mãe. |
Quando chora sobre um bichinho de pano feito pela sua mãe este ganha vida. Drippy diz ser uma fada vindo de um mundo paralelo, o Reino das Fadas (Ni no Kuni também é chamado de Another World, Outro Mundo) que estaria sobre o domínio de um feiticeiro mau que rouba parte dos corações das pessoas, deixando a população em um estado semi-adormecido pelo coração incompleto.
Drippy foi banido do Reino das Fadas e agora quer que Oliver retorne com ele para juntos derrotarem o feiticeiro. Oliver é convencido a aceitar quando Drippy revela que cada pessoa no mundo real possui um paralelo no outro mundo. A mãe de Oliver era uma poderosa maga no outro mundo que também foi derrotada e banida (ou presa – não entendi direito) pelo feiticeiro. Juntos eles poderão salvar a contra-parte da mãe de Oliver.
Drippy e também outros dois personagens não identificados que observam as cenas falam sobre a lenda de uma criança de coração puro destinada a salvar o mundo e que este seria Oliver.
Outros 3 personagens juntarão-se à Oliver e Drippy em sua jornada: Ester, Swaine e Marcassin. Ainda não sei muito sobre eles.
A estes juntarão-se ainda os Familiares e é por eles que alguns chamam Ni no Kuni de Outro Pokemon. rsrs Os Familiares são “bichinhos” que podem jogar pelo personagem durante as batalhas. Cada personagem pode acionar 3 Familiares (acho que é isso), de forma que uma batalha pode ter mais de 12 “jogadores” lutando.
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Mite, o primeiro Familiar de Oliver. |
Não sei quantos familiares existem no total, mas seguramente são mais de 200, podem evoluir até o level 99 e possuem 3 formas. Eles são divididos por gêneros como áquaticos, autômatos, aves, etc… e possuem ataques e especialidades diferentes, de forma que termos os healers, os atacantes e por ai vai.
O sistema de combate parece simples e baseado em turnos. Mas não é. Os personagens podem andar na área da luta e os mobs soltam esferas de HP e MP. Se você morrer durante a luta, ou gasta todo seu dinheiro para continuar ou recomeça do último Save Point. E eu já morri algumas vezes. lol
Há ataques normais e skills. Oliver, por exemplo, é mago. Ele ganhará um poderoso livro de magia ao qual irá adicionando novos feitiços e alquimias.
Além de toda a jornada em busca de sua mãe e da diversão da caça de monstrinhos, podemos nos divertir também com as 136 missões que dão itens, tesouros e monstros como recompensa. E se não for suficiente, podemos decifrar os enigmas de Nazcaan, scripts na linguagem do jogo que ensinam novas magias:

Ou participar do torneio no Temple of Trials até a classificação S (level 99) ou jogar caça-níqueis, blackjack e outros no Casino. Finalmente, pode-se completar os 34 troféus até a platina, o que não será muito fácil, tendo que pegar TODOS os baús do jogo, aprender TODAS as magias, tornar-se campeão no torneio e bota outros TODOS na lista (já já publico a lista).
Faltou algo? lol
Completinho. Clássico, tradicional, delicioso. :DD
Merecíamos um jogo como este depois destes últimos anos de sofrimento.
Coisa boa, meu Deus!!!
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joguei a demo e gostei muito…vai postar sua jornada neiva?comprarei o meu e acompanharei o blog…